A Montanha Encantada
A Sra. Maria José Dupré escreveu vários livros para crianças, com um estilo extremamente agradável, simples e cativante. Quando meus filhos eram pequenos, toda noite, sentada à beira de suas camas, ia lendo até que adormecessem. E toda a coleção foi por mim, lida e relida, por três vezes: para o Rodrigo e o Lúcio, para o Sávio e o Cássio e para o Saulo. É difícil dizer de qual estória gostamos mais. Só uma é mais triste: “O Cachorrinho Samba na Bahia”, que aborda a Guerra dos Canudos. A escritora soube, com maestria, direcionar o relato do triste episódio para o pequeno leitor, mesmo assim há passagens que dão para emocionar.
Um dos livros dela me levou de volta à infância. Toda a estória se passa numa cidade de anões, situada debaixo da terra. São príncipes e princesas, que ali vivem e o portal da pequenina cidade é uma grande pedra, que fica relativamente próxima à fazenda, onde as crianças passam as férias.
Como já morei numa fazenda, quando criança de quatro anos, pelo menos na imaginação, vivi as situações das crianças/personagens do livro “A Montanha Encantada”.
Bem perto da casa de meus avós, havia uma elevação no terreno, que para mim equivalia a uma montanha. E lá havia muitas pedras escuras. De longe, observava aquelas pedras e vinha à minha cabecinha, que ali viviam pequeninas princesas, príncipes e até fadas.
E isto eu compartilhava com minhas irmãs menores, aguçando-lhes a curiosidade de ir até lá para conferir.
Para não quebrar aquela magia, nunca fomos até às pedreiras. Seria uma invasão de domicílio.
E o encantamento perpetuava...