O Pálido Ponto Azul (tradução) Carl Sagan

Existe diferença entre fé e esperança?

Fé é “certeza” esperança é “expectativa, o complemento aperfeiçoado da razão

Fé e esperança necessitam da ação.

É certo que Fé e Esperança por si só não se completam.

A espera pelos acontecimentos sem ação é interromper um processo!

O tempo passa, a velhice chega, e o insucesso juntamente.

Segundo definição encontrada na Bíblia, na carta do Apóstolo Paulo aos Hebreus, capítulo 11, versículo I descreve:

- "Fé é a certeza de que se espera - A convicção de fatos que se não vêem".

Os dicionários definem Fé como acreditar sem evidência.

Há duas definições para "fé".

Uma, que não envolve o contexto religioso, é "crença sem evidência ou prova".

A outra é a confiança plena absoluta na busca de seu objetivo.

Esperança e fé distanciam-se uma da outra.

Esperança é o sentimento de quem vê como possível probabilidade que seus sonhos se concretizem em um tempo que há de vir.

A Fé é o agora. A esperança olha o futuro.

Fé tem presença viva - sem princípio ou fim.

Ela reclama em função de direito legítimo o autoconhecimento transformando pontos negativos em experiências construtivas, descerrando portas, constituindo o meio em que se vive o amor.

É ter visão positiva de si mesmo, no ângulo do equilíbrio.

A busca do Amor é adquirir Deus que está dentro de nós.

Ter fé é amar o próximo da mesma maneira como se ama a si mesmo.

Jamais se empossar na qualidade de juiz condenando as falhas alheias, mas observando atentamente que somos unidos por laços inexplicáveis que ultrapassam um além-mundo.

Vivemos em uma época em que o mundo está repleto de competição, cada um querendo mostrar a intensidade de sua condição financeira e social.

Mesmo assim, necessita-se acreditar na vida, nas pessoas, e não pôr-se de sobreaviso em relação da sinceridade do ser humano.

A desconfiança cria um cordão de isolamento em volta de si, com receio de perigo imaginário, na certa criará um presídio para sua existência.

A fé tem conhecimento de sua própria existência, de sua capacidade carregando consigo a Libertação.

Caminha na trilha do perdão - unindo almas como os ramos de flores em pleno frescor primaveril.

A Fé gera milagres.

O Pálido Ponto Azul (tradução) Carl Sagan

A espaçonave estava bem longe de casa. Eu pensei que seria uma boa idéia, logo depois de Saturno, dar uma ultima olhada em direção de casa.

De saturno, a Terra apareceria muito pequena para a Voyager apanhar qualquer detalhe, nosso planeta seria apenas um ponto de luz, um "pixel" solitário, dificilmente distinguível de muitos outros pontos de luz que a Voyager avistaria: Planetas vizinhos, sóis distantes. Mas justamente por causa dessa imprecisão de nosso mundo assim revelado valeria a pena ter tal fotografia.

Já havia sido bem entendido por cientistas e filósofos da antiguidade clássica, que a Terra era um mero ponto de luz em um vasto cosmos circundante, mas ninguém jamais a tinha visto assim. Aqui estava nossa primeira chance, e talvez a nossa última nas próximas décadas.

Então, aqui está - um mosaico quadriculado estendido em cima dos planetas, e um fundo pontilhado de estrelas distantes. Por causa do reflexo da luz do sol na espaçonave, a Terra parece estar apoiada em um raio de sol. Como se houvesse alguma importância especial para esse pequeno mundo, mas é apenas um acidente de geometria e ótica. Não há nenhum sinal de humanos nessa foto. Nem nossas modificações da superfície da Terra, nem nossas maquinas, nem nós mesmos.

Desse ponto de vista, nossa obsessão com nacionalismo não aparece em evidencia. Nós somos muito pequenos. Na escala dos mundos, humanos são irrelevantes, uma fina película de vida num obscuro e solitário torrão de rocha e metal.

Considere novamente esse ponto. É aqui. É nosso lar.

Somos nós. Nele, todos que você ama todos que você conhece todos de quem você já ouviu falar, todo ser humano que já existiu, que viveu sua vida.

A totalidade de nossas alegrias e sofrimentos, milhares de religiões, ideologias e doutrinas econômicas, cada caçador e saqueador, cada herói e covarde, cada criador e destruidor da civilização, cada rei e plebeu, cada casal apaixonado, cada mãe e pai, cada crianças esperançosas, inventores e exploradores, cada educador, cada político corrupto, cada "superstar", cada "lider supremo", cada santo e pecador na história da nossa espécie viveu ali, em um grão de poeira suspenso em um raio de sol.

A Terra é um palco muito pequeno em uma imensa arena cósmica.

Pense nas infindáveis crueldades infringidas pelos habitantes de um canto desse pixel, nos quase imperceptíveis habitantes de outro canto, o quão freqüentemente seus mal-entendidos, o quanto sua ânsia por se matarem, e o quão fervorosamente eles se odeiam.

Pense nos rios de sangue derramados por todos aqueles generais e imperadores, para que, em sua gloria e triunfo, eles pudessem se tornar os mestres momentâneos de uma fração de um ponto. Nossas atitudes, nossa imaginaria alto-imposição, a ilusão de que temos uma posição privilegiada no Universo, é desafiada por esse pálido ponto de luz.

Nosso planeta é um espécime solitário na grande e envolvente escuridão cósmica.

Na nossa obscuridade, em toda essa vastidão, não há nenhum indicio que ajuda possa vir de outro lugar para nos salvar de nos mesmos. A Terra é o único mundo conhecido até agora que sustenta vida.

Não há lugar nenhum, pelo menos no futuro próximo, no qual nossa espécie possa migrar. Visitar, talvez, se estabelecer, ainda não. Goste ou não, por enquanto, a terra é onde estamos estabelecidos.

Foi dito que a astronomia é uma experiência que traz humildade e constrói o caráter. Talvez, não haja melhor demonstração das tolices e vaidades humanas que essa imagem distante do nosso pequeno mundo. Ela enfatiza nossa responsabilidade de tratarmos melhor uns aos outros, e de preservar e estimar o único lar que nós conhecemos... O pálido ponto azul.

Carl Edward Sagan (Nova Iorque, 9 de novembro de 1934 — Seattle, 20 de dezembro de 1996) foi um cientista e astrônomo dos Estados Unidos.

Em 1960, obteve o título de doutor pela Universidade de Chicago. Dedicou-se à pesquisa e à divulgação da astronomia, como também ao estudo da chamada exobiologia. Morreu aos 62 anos, de câncer,

Com sua formação multidisciplinar, Sagan foi o autor de obras como Cosmos (que foi transformada em uma premiada série de televisão), Os Dragões do Éden (pelo qual recebeu o prêmio Pulitzer de Literatura), O Romance da Ciência, Pálido Ponto Azul e O Mundo Assombrado Pelos Demônios: A Ciência Como Uma Vela No Escuro.

Escreveu ainda o romance de ficção científica Contato, que foi levado para as telas de cinema, posteriormente a sua morte. Sua última obra, Bilhões e Bilhões, foi publicada postumamente por sua esposa e colaboradora Ann Druyan e consiste, fundamentalmente, numa compilação de artigos inéditos escritos por Sagan, tendo um capítulo sido escrito por ele enquanto se encontrava no hospital.

Foi consultor e conselheiro da NASA desde os anos 1950, trabalhou com os astronautas do Projeto Apollo antes de suas idas à Lua, e chefiou os projetos da Mariner e Viking, pioneiras na exploração do sistema solar que permitiram obter importantes informações sobre Vênus e Marte. Participou também das missões Voyager e da sonda Galileu. Foi decisivo na explicação do efeito estufa em Vênus e o descobrimento das altas temperaturas do planeta, na explicação das mudanças sazonais da atmosfera de Marte e na descoberta das moléculas orgânicas em Titã, satélite de Saturno.

Recebeu diversos prêmios e homenagens de diversos centros de pesquisas e entidades ligadas à astronomia, inclusive o maior prêmio científico das Américas, o prêmio da Academia Nacional de Ciências (no caso, o Public Welfare Medal). Recebeu também 22 títulos honoris causa de universidades americanas, medalhas da NASA por Excepcionais Feitos Científicos, por Feitos no Programa Apollo e duas vezes a Distinção por Serviços Públicos.

No décimo aniversário do falecimento de Carl Sagan, esta nota foi publicada em seu site oficial:

-É provável que, se você veio aqui para se juntar a mim em um ato de recordação neste décimo aniversário da morte de Carl, você já conheça bem as numerosas realizações científicas e culturais do homem. É provável que você saiba que ele desempenhou um papel principal na exploração de nosso sistema solar., Acrescentou algo a nosso conhecimento das atmosferas de Vênus, Marte e Terra, abrindo caminho a novos ramos de investigação científica, que ele atraiu mais pessoas ao empreendimento científico. Talvez você seja um de muitos que foi levemente empurrado a uma trajetória de vida diferente pela atração gravitacional de algo que ele disse ou escreveu ou sonhou.

Em minha estimativa parcial, ele era uma figura histórica mundial que nos incentivou a deixar a espiritualidade geocêntrica, narcisista, “sobrenatural” de nossa infância e abraçar a vastidão — amadurecer ao tomar as revelações da revolução científica moderna de coração.

Pesquisa - Wikipédia,

Marília
Enviado por Marília em 13/12/2008
Reeditado em 06/10/2010
Código do texto: T1333824
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