Microconto22 - Amor de botequim
Era azul quando decidiu parar para comer.
Tamanha ansia que o cheiro desagradável do lugar nem fora percebido pelo seu exigente olfato.
De fora procurava um banco e já pedia o que pudesse lhe servir.
Para aliviar alguma culpa, evitava olhar para o que comia, fitava era lá fora.
Entrou Ela esvoaçante com um caminhar rebamboleante, estrondoso e também tão suave, que deixava mais contraste sua estirpe com o ambiente.
Fome fugiu enquanto Ela estava ali, vigiando-a sair em tempo suficiente para notar quando deixou um guardanapo cair.
Tomou-lhe do chão e guardou-o no bolso ignorando a razão.
Era um prenúncio manchado de batom.