Amizades

Algumas vezes elas chegam tão de mansinho que a gente nem nota. Num desses dias tão cotidiano como outro qualquer a gente começa a esbarrar em alguém. Pode ser, e muitas vezes tende a ser, alguém bem diferente da gente. Mas opostos também se enquadram. São tantos conflitos, virtudes, interesses, acomodações, porem, alem da rotina, acaba pintando uma camaradagem, um não sei que de confluências, tão revigorante, tão enternecedor que acaba nos trazendo um pouco de encantamento para o incrível turbilhão de uma realidade que se acotovela cada vez mais veloz.

E nestas amizades verdadeiras é onde podemos fugir do jogo de cena, dos interesses (escusos ou não) das mesquinharias e das comparações de puro esnobismo. Deve rolar apenas e tão somente o apego, o bem viver e conviver, o gostar de trocar uma ou duas palavras sem nenhum compromisso, com alguém que nos deixara menos disperso na existência.

Minhas melhores e mais valiosas amizades surgiram assim dos mais proveitosos acasos. São poucos. São porem de um tal requinte da qualidade, de afeto e de companheirismo que estão me surpreendendo positivamente dia após dia. São aquelas de grilhões no peito e custe o que custar, der no que der.

Mas valem tanto, custam tantos bons sentimento, aquecem tanto, que nunca nos devemos cansar de ter e de acumular essas fontes permanentes de boas energias e ótimos fluidos que são as verdadeiras amizades. De todos os sexos, cores, crenças e estilos elas nos formam e fortalecem.

Vamos uma vez mais lembrar e reconhecer o grande papel que gratuitamente algumas destas maravilhosas criaturas desempenham em nossas vidas. Lembrando sempre que uma a mais nunca é excesso e que um gesto de tolerância pode ser um grandioso começo.