A beleza ímpar de 2008!

Após um período de férias, já com as energias renovadas, retorno ao recanto, canto especial melhor não há!

Ocorreram nesse ano que se finda muitas coisas agradáveis que sobrepujaram as tristes, principalmente, no aspecto de moralidade em nosso país.

Vimos de ver muitas injustiças, mas também houve momentos em que o povo se glorificou com as boas e rápidas sensações de justiça, o que resvalou em grandes episódios, espetáculos à parte, foram válidos os esforços daqueles que acreditaram e acreditam nos valores como a honestidade, transparência e profissionalismo, principalmente daquelas pessoas que trabalham junto à justiça, dentre as quais integrantes da polícia federal etc.

Dentre as operações da polícia federal em 2008, houve uma que se consagrou como a principal, ou melhor, como a mais recheada de peculiaridades, denominada de Santiagraha. Embora, até hoje, especialistas se debruçam para tentar desvendar as duras incógnitas que o povo, infelizmente, jamais saberá a realidade de fatos tão intimamente ligados a ele.

Recordei-me sem entusiasmo de um antigo professor que dizia que: "o povo pova, basta-lhe comida, bebida e futebol". Digo sem entusiasmo, por não concordar plenamente.

Concordo sim, que por meio da arte, dentre elas a escrita, se pode descobrir muito mais e conhecer deveras o que se esconde atrás da cortina, como bem dizia Castro Alves, em seu lindo poema que faço questão de ressaltá-lo:

“ E existe um povo que a bandeira empresta

P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!…

E deixa-a transformar-se nessa festa

Em manto impuro de bacante fria!…

Meu Deus! Meu Deus! mas que bandeira é esta,

Que impudente na gávea tripudia?…

Silêncio!… Musa! chora tanto

Que o pavilhão se lave no seu pranto…

Auriverde pendão de minha terra,

Que a brisa do Brasil beija e balança,

Estandarte que a luz do sol encerra,

E as promessas divinas da esperança…

Tu, que da liberdade após a guerra,

Foste hasteada dos heróis na lança,

Antes te houvessem roto na batalha,

Que servirem a um povo de mortalha!…

Fatalidade atroz que a mente esmaga!

Extingue nesta hora o brigue imundo

O trilho que Colombo abriu na vaga,

Como um íris no pélago profundo!…

…Mas é infâmia demais… Da etérea plaga

Levantai-vos, heróis do Novo Mundo…

Andrada! Arranca este pendão dos ares!

Colombo! Fecha a porta de teus mares!

(CASTRO ALVES, ‘O Navio Negreiro’)

Clovis RF
Enviado por Clovis RF em 20/12/2008
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