ESPERANDO POR ELA

ESPERANDO POR ELA

Na organização do pensamento, tudo é distribuído de acordo com a necessidade, o que é determinado pela observação dos neurônios plantonistas nos sentidos da visão, da audição, do olfato e do paladar, além dos que ficam na fronteira do corpo e trabalham no tato. Naquele dia, na parte da tarde, eu tinha levado os meus neurônios operários para passear. Como meu objetivo principal estava bem definido, aliado ao lazer dos operários, só os especialistas em sexualidade estavam em plena atividade. Nessas situações, a maior parte da categoria entra em ação. Naquela hora, os da seção LP (Luana Piovani) estavam cheios de energia e disposição, uma quantidade de sinapses incrível. Enquanto caminhava pelo circuito Leblon-Ipanema, desde a Dias Ferreira até a General Ozório, seguindo a calçada da direita da Ataulfo de Paiva. Dei uma paradinha de praxe em frente ao Cine Leblon e continuei seguindo em direção à Visconde de Pirajá; senti saudade dele quando atravessei a Vinícius de Moraes.

Já estava voltando pela outra calçada olhando as modas, mas a minha intenção era mesmo, encontrar a Luana, claro! Para ver se ela se engraçava dando de cara comigo. Deixasse de ficar com esses lanchinhos e pegava logo um prato cheio de comida mineira, tipo galo com quiabo e polenta. Não, não sou mineiro, sou carioca mesmo, da gema. Mas se eu quisesse usar uma metáfora, o prato típico teria que ser feijoada acompanhada de caipirinha. Aí não iria dar, é muito grosseiro, típico camelô carioca, que vai trabalhar de bermuda, camiseta e chinelo, muita baixaria e falta de elegância. Não sei como algumas mulheres agüentam. Cada figura! Acho que se eu fosse mulher, seria homossexual, porque tem homem que dá até nojo, não tem finesse, educação, raciocina com a do pênis.

Voltando ao meu objetivo, ela, a Luana, minha deusa, poderia aproveitar, me conhecendo, para esquecer o lance com o Caetano, porque também sou poeta, pelo menos quero acreditar que sim. Adivinhe... Pois é, não deu as caras. O máximo que encontrei do metier, foi o Rodrigo Santoro, de passagem por Ipanema, já que ele, agora, é de Hollywood, com direito até a algumas sílabas depois de Lost. Ele está chegando lá, eu torço por ele porque é humilde e sabe dar tempo ao tempo, feito a Alice. Estou falando da Alice Braga, que desbancou muito cachê alto por ser mulher bonita e boa atriz, também. Pelo menos a beleza do corpo teve a quem puxar (à Gabriela Cravo e Canela que enfeitou a minha telinha, à Dama do Lotação que provocou aumento de pulsação e à protagonista de Eu te Amo, espetáculo que ficou na lembrança dos marmanjos). Fico torcendo para que ele, o Rodrigo, seja percebido pela Jolie depois que o Brad passar. Eu, por enquanto, continuo na esperança pela Luana, porque não foi daquela vez.