As Lágrimas de Gaza Ecoam

Eu vejo as crianças sorrirem aqui. Eu as vejo brincar de esconder, e as vejo brincar de bola, de carrinhos. Eu as vejo chorar por terem caído e logo as vejos bricanrem felizes e despreocupadas. Crianças nunca deveriam se preocupar com nada, só em viver e brincar. Crianças são feitas para sorrir, feitas para se alegrar e nos dar alegria. Crianças nos mostram qual é o sentido da vida...

Mas há crianças que não sorriem. Há crianças que não brincam na rua, mas se escondem em um jogo insano de morte imposto pelos "senhores da razão". Há crianças que vivem preocupadas com as bombas que caem sem parar e matam seus amiguinhos. Há crianças que não têm o direito de viver normalmente, pois convivem com a guerra. Tal guerra as molda para cultuarem a diferença, ódio e o sentimento de raiva com o vizinho. Mas as crianças não sabem o que é ódio, só repetem o que os adultos fazem - e eles, sim, sabem o que é ódio. No mais, há crianças que choram, não por meros machucados no joelho, mas pelos pais que fecham os olhos e não os abrem mais. Choram por causa da solidão prematura: uma vida solitária em meio a guerra. Choram pelo mundo que perdeu o sentido de humanidade. E, finalmente, há crianças que morrem. Pequenos seres inocentes que caem por terra sem vida, banhados de sangue de si e de outrem; esperam um dia que não vem, e acordam no imenso jardim onde podem sorrir e brincar. As crianças de Gaza morrem, as crianças do mundo morrem: de guerra, de fome, de doenças e de nossa falta de visão. Pequenas lágrimas resultantes de nossos egos falidos e surdos.

As crianças morrem em silêncio e as lágrimas de Gaza ecoam pelo mundo... Um mundo que ainda mata os seus seres mais puros e inocentes e simplesmente não enxerga isso.

Não deixem as crianças pararem de sorrir, afinal, elas são feitas para a felicidade...

Valdemar Neto
Enviado por Valdemar Neto em 07/01/2009
Reeditado em 10/02/2009
Código do texto: T1373017
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