Sem título algum
O corpo pálido velejava solitário e sem encanto na consciência azul negro do mar. A cada momento afundava sem esperança, arremeçado por frios sentimentos rumo ao próprio esquecimento agonizante como uma auto-destruição. Sentia-se despedaçado e ao mesmo tempo untado pela vontade única do coração. Estava perdido no labirinto de sua própria mente e quanto mais buscava a saída, mais se perdia e se esquecia de quem fora em toda sua vida. Via-se completamente indiferente às cenas mais absurdas, e chegou no ponto mais alto do seu desconhecido. Onde estavam seus sentimentos? Talvez refugiados dentro de si, mas o labirinto já havia se fechado e encolhido até engolir a si mesmo e, agora, ele não passava de um vago olhar se olhando na frente de um espelho.
Quem sou eu?
E seu corpo afundava desesperadamente, se desfazendo do cálido encanto.