Domingo no parque

Tive o prazer de visitar o Parque Municipal em Belo Horizonte no último domingo. Queria assistir a um dos concertos no parque. Dei sorte. Uma seleção belíssima de trechos de óperas foi apresentada com brilhantismo. As pessoas, ainda que mal acomodadas na grama, suspiravam de encantamento. O clima era de harmonia e paz.

Ao ver e ouvir tão belo trabalho, não se imagina o empenho necessário para atingir tal qualidade na performance. É necessário investir muito tempo em aprendizado e prática. Fundamentos, teoria da música, seu histórico, suas implicações sociais. Cada membro da orquestra precisa dominar muito bem seu instrumento. Se executar um solo não é tão fácil, imagine um conjunto apresentando obras complexas de grandes mestres. Para conseguir tal intento, é que se tornam necessários o maestro, a partitura, a batuta e, principalmente, a disciplina e o preparo dos músicos.

No trânsito não é diferente. É muito importante um preparo especial para quem se insere nele. Há, de fato, a pretensão de fazê-lo. Exige-se a frequência a aulas teóricas e práticas. Os motoristas têm acesso ao conteúdo do CTB, Código de Trânsito Brasileiro. Nele fica regulamentado o uso dos veículos e das vias. Ficam esclarecidos os direitos e deveres dos usuários. Estabelecem-se as regras de circulação.

O grande problema é que, como fazem os músicos, os motoristas precisam se empenhar em aprender e em praticar o que diz a partitura ou o CTB. Utilizar o automóvel de maneira devida. Dentro do que prevê e orienta o Código. Os maestros do trânsito devem ser levados em consideração. A sinalização, tanto horizontal quanto vertical, tem de ser obedecida. Também as sinalizações luminosa e sonora, tanto as emanadas de outros veículos quanto de um semáforo ou do apito do agente. Este o grande maestro que, por força de lei, deve estar acima de qualquer outra sinalização de trânsito. Para que o trânsito flua com segurança para condutores e pedestres é que o agente atua. Por isso é que na orquestra do trânsito todos devem ter os olhos nele. Em caso de necessidade, as placas, semáforos, faixas, buzinas dos apressados e mal-educados devem submeter-se ao regente do trânsito. Assim, a harmonia entre veículos, pedestres e demais constituintes do trânsito é mantida. As pessoas chegam aos lugares desejados. A saúde do corpo e da alma é mantida. A integridade do bolso é preservada, pois o agente não precisará impor-se através de uma autuação.

O clima será de harmonia e paz!