Domingo eu quero ver o domingo.

Os domingos são para contar lorotas... Assim dizia meu finado e brabo avô. Estou quase acreditando que, principalmente as tardes, sejam só para isso mesmo, e também para se empanturrar de macarrão e frango e dormir fazendo a digestão. P’ra mim não é de hoje que é assim, é desde os tempos que eu era menino lá em Rio Bananal.

Sextas e sábados a coisa é outra. Tudo conspira para o “fight.”

Dia desses passados, e era um sábado, sem me preocupar muito, deixe-me ir pelo leve vento, deparei-me num novo bar, o novo bar do Pezão. Não conhecia ainda aquela croca. Isso só provava uma coisa: há muito não ia à missa na igreja São José Operário, em Maria das Graças. Lá da “Casa do Senhor” era fácil ver aquele boteco escancarado, que parecia estar de braços abertos. Já de longe divisei uma nórdica e parruda figura, pareceu-me, em princípio o poderoso Thor – mas que nada! Era o Cabelo-de-Lobo Simonassi, com uma cara muito descarada e ladeado pelo Tim Capota e Dudu Leão - Nossa Senhora Godão! Mil anos você vai viver, falamos agora da sua pessoa! – disse o Capota, após mais um trago na skol. Certamente, eram coisas boas – disse eu.

O sol tinha uma luz que beirava a perfeição. Dava prá ouvir a mamona estourar. O Cabelo-de-Lobo, observou que o calor do verão iria arrebentar os sensíveis. Até sugeriu ao Pezão que substituísse as telhas de amianto pelas Telhas Forte Simonassi.

Nesse dia soube muitas coisas. O Capota é um verdadeiro arauto. Deixa a gente mesmo bem informado. Contou, dentre outras coisas que o Cabelo-de-Lobo, depois de mais uma briguinha com sua amada, havia jogado a aliança de noivo de cima da ponte Florentino Avidos, só que depois se arrependeu. Não pelo fato de desnoivar, mas porque se tratava de uma pesada aliança de ouro, que daria, pelos nossos grosseiros cáculos, para comprar uns dois aparelhos autocedê que tocam mp3. Aí bateu o desespero, então é que ele foi lá no Tairone e mandou esticar uma rede de malha fina, lado a lado do Rio Doce, para ver se pescava aquele tesouro que valia pelo menos dois “cd players” ... O Tairone disse que era mais fácil pescar os aparelhos de cedês do que a aliança, o que é bem óbvio!

O Dudu pareceu-me muito quieto, então perguntei-lhe se era por causa de mais alguns “foras” do mulheril. Disse que não, mas queria passar o carnaval naquela casinha da esquina, em Guriri. Ele sabia que teria a companhia de um ‘Meninão” chamado Sandro Gripa que beija muuuuuito e que lhe ensinaria a arte da conquista. Ele queria saber, principalmente, aquela técnica dos pezinhos que se encontram debaixo da mesa. E de lambuja, aprenderia umas receitas de bolo. Afinal neste mundo cada vez mais globalizado é sempre bom adquirir mais competências... Aliás, quando eu ver o Meninão, vou perguntá-lo se poderia me ensinar uma receita de bolo de inhame, assim ganharei uma boa grana vendendo para o Delmo Guidoni...

Em sextas ou nos sábados, mesmo que não se tenha previamente o que fazer, sempre é divertirsão saber das coisas do nosso mundo. E, talvez, não encontrando uma bela fêmea pela noite afora, tenha-se a sorte, de encontrar bons companheiros, praticamente celebridades, ( não falo do Cabelo-de-Lobo, nem do Capota e Dudu) numa cidade deserta, para vasar a noite, tomando a brahma do Hugostozão, cantarolando com eles aquela música: “Eu bebi demais e não consigo me lembrar se quer. Qual é o nome daquela mulher, a flor da noite da boate azul.” Isso é alegria pra mais de metro. É alegria prá semana toda!

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Joel Rogerio
Enviado por Joel Rogerio em 13/04/2006
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