Lembranças da consciência. 


     Ao acordar, antes de abrirmos os olhos, o cérebro reacende a consciência. Tal qual a vida que deixamos de lado ao mergulhar na imensidão negra do sono.
Projetamos nossos anseios ou frustrações ao devagar em dimensões irreconhecíveis do mundo da sabedoria.
Nosso corpo se transforma em uma simples referência do habitar da luz.
Apenas o sangue circula e mantém a carne como se conservasse para não putrificar-se.
Mas na verdade, estamos vivendo a pequena morte como dizem os Tibetanos.
Voamos, fazemos amor, compramos casa, pilotamos aviões, nadamos, tornamo-nos testemunhas de catástrofes, somos réu e juiz dos tribunais do racionalismo irracional.
Chegamos ao orgasmo real sem usarmos nosso corpo.
E sem possuir realmente a mulher, fruto do desejo e consumamos a tara, excitação ou orgia contida no subconsciente.
Você acorda encharcado do semem do sexo “Virtual” praticado.
Sentimos o cheiro da mulher possuída, até o sabor.
Na catástrofe, vemos as vítimas e todos os detalhes do acontecido.
Dirigimos o carro dos sonhos, morremos, somos assassinados, você morre virtualmente.
Ao despertar, muitos ainda sentem dores, alguns conservam marcas do acontecido!
Mas estávamos dormindo.
Como iremos decifrar o enigma do ser e não ser.
Alguns, não creditam à mente humana o devido valor. Pesadelo, isto e o que acreditam por vergonha de encarar a realidade nua e crua.
Alguns chegam ao absurdo de se acharem os únicos inteligentes do universo infinito.
Como explicar a conversa com seu amigo que morreu a mais de 25 anos.
Estamos ali! Frente a frente com ele, vemos o rosto, às rugas, às marcas do tempo, estão explícitas em seu semblante.
Não, não é verdade.
Acabam por nos internar em um hospício.
As lembranças da consciência.
Um predicado astuto da sensitividade. 
     Uma vez, um homem viu perfeitamente a esposa que dormia ao seu lado, beijando outro homem à porta de um motel e ingressando ao mesmo.
Assistiu a traição toda, até o nome do homem o marido soube.
Sentiu a dor de ver a amada sendo possuída por seu algoz. Viu a vida destruída com a revolta dos filhos.
Bem, ele acordou em meio à madrugada com falta de ar e suando frio.
A esposa continuou dormindo profundamente.
Ao amanhecer, não comentou nada com ela.
Limitou-se ao bom dia e o silêncio habitual. Ambos foram trabalhar.
Mas o homem não se esquecia do “SONHO”:
Anotou o endereço do motel, nome do homem, dia da semana, hora e ficou olhando para o nada.
No dia seguinte, coincidentemente era o dia “D”.
Ele nada falou novamente com a esposa.
Simplesmente na hora anotada, ele ficou escondido em um bar esperando o que iria acontecer.
Recusava-se a acreditar que havia fundamento em seu sonho.
Pois bem.
Para seu desespero, viu um táxi parar próximo ao motel, o homem do sonho caminhava em direção ao bar onde  ele estava espreitando os fatos, comprou cigarros, bebeu uma coca-cola e saiu.
No exato momento em que a sua esposa chegava à porta do motel.
Beijaram-se rapidamente, o tal homem abriu a porta  e cedeu à vez, sua amante entrou rapidamente.
Logo a porta se fechou.
O marido estava morrendo ali! Naquele exato instante. Acabou de beber, saiu do bar, sinalizou a um táxi e partiu.
No caminho de casa sua mente fervilhava.
Passou no colégio onde dos dois filhos estudavam, pediu a diretora a liberação dos meninos.
Colocou-os no taxi e partiram.
O corpo do homem e dos dois filhos forma encontrados no outro dia boiando na lagoa Rodrigo de Freitas.
Cuidado!
Lembranças da consciência...
Bruxo das Letras
Enviado por Bruxo das Letras em 14/01/2009
Reeditado em 18/12/2009
Código do texto: T1384381
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