“VISSE”, E NÃO “VICE”.

Sem muita certeza se a partir de Sergipe, mas com plena de que de Pernambuco pra cima, as pessoas terminam suas falas por “vice”. Ou melhor, “vice?”, porque é uma espécie de pequena questão.

Qualquer um que visite o nordeste setentrional pode notar que se conjugam os verbos do passado na segunda pessoa do singular de forma peculiar; por exemplo, em vez de “tua andaste”, diz-se “tu andasse”. Acredito que seja algo parecido com a adaptação do gerúndio em que se omite, na dicção, o d – “correno” em lugar de “correndo”.

Na Bahia, em lugar de “vice”, terminam-se por “viu” as frases – e esta é a chave para a origem daquela palavra. Ora, aquela terminação, “vice”, seria, na verdade, “visse”, e, pois, passado do verbo “ver” na segunda pessoa do singular (de acordo, claro, com a peculiaridade nordestina).

Mas ainda há uma questão, uma vez que uma frase falada é ouvida, e não vista! De forma que o caminho até aquela partícula de que tratamos – creio eu – se inicia de um devaneio da norma culta, ouviste? Simplificado para “viste”, visse?