REMINISCÊNCIAS

REMINISCÊNCIAS

Silêncio! É noite, madrugada. Todos dormem, eu não. Estou meditando, pensando, conversando comigo mesmo. Quando estamos sós, quantas conjecturas!

Sonhos, talvez! De quando em quando é bom fugir da realidade do “hoje” e penetrar, profundamente, na longínqua saudade. Um uivo de cão ao longe e outra voz lamentosa, mais perto, de um cão menor, quebram as lembranças do que a alma já contemplou.

Abrindo os olhos, deitado na cama, olhando através da janela o céu e o horizonte montanhoso beirando a serra vejo luzes, luzes de casas pequenas e silenciosas, comparsas do silêncio da noite! Vejo as coisas pela janela e penso em você, papai!

É estranho, sinto um vazio em meu íntimo. Serão tão fortes assim a força da madrugada e da solidão? Ou são as reminiscências que nos sufocam impiedosamente?

Lembranças do passado, contemplação dos dias idas, mas fazem-me pensar no amanhã! No amanhã, incógnita que nos leva ao final inquestionável: “o amanhã, a Deus pertence!”

Amanhã é outro dia! Tento cochilar ao menos. Aos poucos, adormeço!

Karuk
Enviado por Karuk em 17/04/2006
Código do texto: T140767