Árabes x Israelenses

É até cômico a gente ver o nosso respeitável Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, acenando para os presentes na faixa de Gaza, como enviado da diplomacia brasileira e possível intermediador dos conflitos entre árabes e judeus. Eu já chego a sentir vontade de sorrir quando vejo o premier francês Sarcozy na mesma paragem e com o mesmo fim; o que então dizer-se do seu colega brasileiro? Parece uma brincadeirinha de diplomacia ou coisa parecida.

Qual seria realmente o valor – irrisório – de nossa diplomacia no que concerne aos recentes conflitos no Oriente Médio, especialmente nos acontecidos na faixa de Gaza? Haveria algum valor? Ou apenas a diplomacia brasileira estaria a caçar os holofotes da mídia internacional?

Creio estar havendo um nem tão discreto exibicionismo por parte do Ministro Celso Amorim ou, quem sabe, do próprio governo brasileiro. Não caberia uma investigação no erário para o contribuinte vir a saber o quanto foi gasto com essa viagem do referido ministro? E a comitiva, quantos foram assessorando a autoridade maior?

Há coisas que a gente lê ou ouve, nada pode fazer, mas, calar-se, jamais! A sociedade precisa atentar para esses carnavaizinhos que alguns funcionários públicos gostam de fazer, sem qualquer proveito trazer ao país. E a pergunta que não quer calar é a que procura saber o porquê de enviar-se um Ministro das Relações Exteriores de um país emergente, muito distante dos conflitos, para tentar costurar um possível acordo de paz ou coisa parecida. Nossos conflitos ainda são bem maiores do que os conflitos alheios como esses que, cronicamente, têm acontecido lá no longínquo Oriente.

Ao contrário de em tantos outros lugares mundo afora, entre Israel e os palestinos o que mais espanta é que os conflitos territoriais são basicamente enraizados em caracteres político-religiosos. O jihad de um lado e a defensiva/ofensiva força bélica fantástica israelense do outro. E o pior de tudo é que o resto do mundo fica à mercê de tantos outros fatores derivados deste.

Árabes e israelenses precisam entender, e cada vez mais, que o mundo vive em pleno século XXI e que é absolutamente necessário rederem-se às leis internacionais e ao respeito e à liberdade privados. Cristãos e Judeus não podem e nem devem continuar agredindo-se mutuamente e, pela tangencial, com eles, o resto do mundo. É hora de um basta, fomentar-se uma reconciliação e deixar brotar a paz fecunda de que, mais do que em qualquer outra área, o Oriente tanto carece. Chega a ser vergonhosa a falta de um entendimento manso entre aqueles povos. Esse conflito gera novos outros que, por tabela, poderão pôr o mundo inteiro numa instabilidade de proporções indesejáveis.