Pipa-voada

Cenas do cotidiano

Hoje, fiz a alegria de um menino e, despertei a ira de uma mãe!

Dei, a ele, de presente, uma pipa (papagaio, raia, pandorga, - conforme a região),

dessas que os garotos gostam de empinar ao vento, como se fosse a mais bela expressão da liberdade que gostariam de ter pela vida a fora.

Só que, os meninos crescem! A liberdade lhes foge, premida pelas circunstâncias que a necessidade de sobrevivência lhes impõem a cada qual, na medida de suas dificuldades ou carências pessoais.

Aquele brinquedo de papel será então, para cada menino, um sonho alentado, um desejo de liberdade guardado bem dentro do peito, que, de quando em vez, sobe aos céus, como se fosse uma prece dirigida a Deus, pedindo para lhes guardar os caminhos desta vida.

J.G.Fernandes

Valença-RJ, 24.09.1999.

P.S.

Obs.: O brinquedo chegou-me às mãos, por acidente. A linha rompera-se, e, deu-se a pipa-voada, como dizem os garotos; e, por sorte, veio cair em meu quintal.

José Fernandes
Enviado por José Fernandes em 21/04/2006
Código do texto: T142700