Ensaio sobre Pregos

Ensaio sobre Pregos

Prego de pé, enferrujado.

Prego deitado, entortado.

O pregão fechou em baixa.

O quadro caiu, porque o prego cedeu.

Prego nas praças e nas tabernas.

Prego apregoando.

Prego cortinas na janela.

Minha mobília foi pro prego.

Prego as chances dos culpados no cabide dos estertores.

Prego os bilhetes dos ganhadores perto das colunas dos salvadores.

Retiro os pregos dos mártires.

To pregado de tanto pregar estantes nos precipícios.

Preguei nas chatas do Mississipi, quando pregavam pessoas nas árvores.

Prego juntando gente.

Prego de tudo que é jeito.

Como até sopa de prego.

Prego pregado na parede.

Prego sob pressão.

Martelo e Prego.

Pregaria.

Pregos.

Pregação.

Preguei as madeiras da catedral, faz tanto tempo, me pergunto se tudo foi em vão.

Prego pragas de ritmo livre no bico da chaleira.

Prego a roupa que estava de molho.

Prego sem cabeça.

Cabeça de prego.

Prego na ferradura.

Vivo no prego.

Prego escondido na Lapa de baixo.

Todo prego velho é encardido.

Em Caixa Pregos, prego bem no meio.

Prego nos salões, nas lanchonetes, nas oficinas.

Tá tudo pregado direitinho.

Prego na trave.

Fulano é mesmo um prego.

Firme que nem prego na areia.

Se fosse gol, ia cortejar sereias,

ao invés de ficar chupando pregos.

Bernard Gontier
Enviado por Bernard Gontier em 10/02/2009
Reeditado em 15/07/2017
Código do texto: T1432040
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.