Mulher, matéria de administração, ou admiração?

Ontem um amigo me perguntou como eu administrava minha esposa. Que palavra estranha nesta frase, “administrar”!

Falou como se minha esposa fosse um negócio ou uma empresa que precisasse de minha consultoria ou minha gestão.

Fiquei indignado com isso e parei para pensar como (nós homens) somos tão hipócritas e insensíveis. Não temos o pudor de se referir àquelas que nos deram a vida com o devido respeito. Foi pensando nisso que resolvi escrever uma resposta à este meu amigo.

Caro amigo,

Mulher não se administra não se “leva”, se respeita.

Mulher não é um verbo que pode ser conjugado da maneira que bem queremos. É um substantivo que tem extremo peso e ao mesmo tempo é tão sutil.

Uma mulher deve ser amada, compreendida, ouvida e melhor idolatrada. Sofreram tantos anos em nossas mãos e ainda são acusadas de causar a nossa expulsão do paraíso. Já nos obedeceram, nos idolatraram, nos amaram. E o que fizemos? Nós as administramos, como se fossem um produto qualquer que se encontra em qualquer bazar de usados.

Quando pensar em uma mulher, pense no amor que você tem por si mesmo e no quanto você gostaria de ser chamado por uma nomenclatura que o designasse como um mero objeto.

Uma sociedade tão grande como a nossa não foi construída por que um homenzinho resolveu ter uma idéia e colocar a mão na massa, pode até ter sido isso, mas com certeza esse “homenzinho” perguntou antes para sua esposa o que ela achava da idéia, e recebeu sua resposta sincera e o apoio, mesmo que tudo desse em merda.

Por isso meu amigo, te pergunto:

Como você administra uma cabeça tão pequena e limitada?

Ao pensar numa mulher, pense no ícone que ela representa não no buraco que você quer entrar.

Álvaro Volkhadan
Enviado por Álvaro Volkhadan em 14/02/2009
Código do texto: T1439172
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