RETRATO DE UMA VIDA

Estava eu, na fila de um banco, à minha frente se achava uma menina. Não possuía nenhum atributo físico que me chamasse a atenção, poder-se-ia dizer que se tratava de uma pessoa comum, entretanto o que despertou minha imaginação foi a beleza dos seus, aproximadamente 15 anos.

Um terrível pensamento me assolou: “Meu Deus! Essa jovem apenas está começando a viver e eu me encontro quase no ocaso da minha existência”.

Um verdadeiro filme veio à minha mente. Desci as escadarias do tempo e fui decolar na minha pré-infância. Alguns fatos me vieram à mente, seguiu-se a minha infância e adolescência e outros fatos surgiram. Existência pobre, sacrifício dos pais para proverem a manutenção da família, nem por isso era infeliz ou revoltado. Não tinha ainda a consciência da discrepância entre ricos e pobres. A ingenuidade fazia parte do meu mundo.

Passaram outros anos da mocidade, idade adulta, maturidade e primórdios da velhice ou como dizemos hoje, da melhor idade.

Nesses anos todos que fiz da minha vida?

Consolei corações; decepcionei outros. Ensinei passos, errei inúmeras vezes. Amei e, creio fui amado. Venci muitas batalhas, por vezes fui derrotado, angariei amigos e também inimigos, descobri tesouros, realizei sonhos e sepultei a outros, entretanto posso dizer com toda convicção: derrotei obstáculos, incredulidade e desconfiança; quebrei preconceitos; esqueci ofensas; acumulei sabedoria.

Servi a meu Deus, da melhor forma que pude, com certeza, não o suficiente, entretanto na sua imensa misericórdia pára que um dia consiga Dele a aprovação. Tenho ainda algum tempo, durante o qual me proponho a ser um pouco melhor.

Caminho confiante, na certeza de que não me faltará a graça de Deus para realizar os meus propósitos apoiados na Palavra e ensinamentos do Mestre Jesus de Nazaré que são caminho seguro para a salvação.

José Benedetti Netto