Assim...
Devoro o prazer que existe em mim e continuo faminta.
Bebo da vida as ilusões e continuo sedenta.
Sinto desejo, mesmo sem ter o bem desejado.
Se perder a confiança, não a recupero mais.
Entendo a traição como algo além da cama e do sexo.
Sou aquilo em que acredito.
Aprecio o silêncio, mas nem sempre consigo manejá-lo.
Falo demais, especialmente quando provocada.
Fiz viagens inesquecíveis tentando encontrar-me.
Algumas extremamente dolorosas.
Não pude poupar-me delas.
Foram inevitáveis.
Encontrar o caminho a seguir sempre foi um desafio.
Quase sempre o acho.
Se não, mudo a rota.
Adoeço se perco o contato comigo mesma.
Exatamente por isso cuido-me.
Não perdi o riso no rosto.
Sorrir é o meu antídoto contra as peripécias da vida.
Assumo meus tesões, desejos.
Digo não, na busca de respeitar-me intimamente.
Minha sensibilidade excessiva provoca .
Faz-me ensimesmada às vezes.
Distancia-me das pessoas.
Não sou mulher perfeita.
E até aprecio isso.
Sou capaz de virar a mesa, chutar o pau da barraca, se perco o encanto.
Não temo a morte.
Por que a vivi nas pequenas perdas.
Ousada, inconseqüente, menina às vezes.
Teimosa nas minhas buscas.
Assim, encontro-me comigo mesma.
Assumo meu eu.
Assim...