Existem determinados anos que, por um motivo ou outro, a gente não quer saber de carnaval.
E foi assim, num ano qualquer da década de 80, fugir do carnaval era a meta.
Fui parar em Assunção... longe da cuíca, perto da harpa. Não às marchas e aos samba-enredos e sim às guarânias.
A excursão incluía uma visita à tribo dos índios Makrás. E lá vamos nós...
O ônibus para na beira do rio Paraguai.
O guia nos informa que iremos pegar um barco para chegar à única ilha fluvial do Paraguai, terra dos Makrás.
Todo mundo no barco. Viagem tranquila ao som de dois simpáticos meninos que, acompanhados de seu “padrecito” na harpa, cantam o repertório tradicional: Índia, Recuerdos de Ypacaray e Galopeira.
Visita feita. Foto de índia com roupa: 20 guaranis. Índia sem roupa: 100. Com Cacique: 50, com o cocar do cacique, 150, mais 50, leva o cocar junto. Coisas do turismo guarani.
Voltam todos para o barco.
Os mesmos meninos repetem o repertório: Índia, Recuerdos de Ypacaray e Galopeira.
Só que o andamento é mais rápido. E terminam olhando nos olhos de todos os passageiros turistas, com as mãozinhas estendidas, cantando a nossa tradicional: Ei você aí, me dá um dinheiro aí...
Isso prova que o Carnaval em Assunção não morreu, nem vai morrer nunca...

Roberto Bordin
Enviado por Roberto Bordin em 19/02/2009
Código do texto: T1447950
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.