Tayná

"Saiu de casa antes do por do sol. Colocou sua melhor roupa: a micro saia prensada rosa choque e a mini blusa preta com uma estrela de Davi nas costas. Calçou a bota preta na altura dos joelhos e conferiu os pertences na bolsa de mão. Passou sua colônia água fresca na nuca e entre as coxas douradas. Penteou as longas madeixas negras e passou o batom cor de bronze com gosto de morango.

"Tchau, mãe!". A mãe, que cochilava no sofá, não respondeu. A menina saía todos os dias e a mãe, preocupada, temia que um dia ela não voltasse.

Tayná. Era como era conhecida. Ainda uma menina. Usava salto alto, mas ainda tinha 14 anos. Ainda mascava chicletes bubaloo e temia as espinhas. Mas ainda era tão menina... Apenas uma criança.

E agora a menina Tayná, a caminho do seu último dia de trabalho e de vida, escutava N´Sink no seu diskman.”

Carol Bahasi
Enviado por Carol Bahasi em 25/04/2006
Reeditado em 25/04/2006
Código do texto: T145066