ÚLTIMO DIA DE FOLIA
Tristeza e saudade para uns,alivio para outros.Amanhã,ao meio dia,a cidade voltará ao normal,a vida vai seguir o seu curso,estudos,trabalho,seriedade.As dores que estavam meio anestesiadas pela folia,voltarão mais fortes;a alegria fabricada com dia e hora marcada para terminar,abandona o dono sem dizer adeus.Cai-se na real,o que,convenhamos,é melhor do que cair de um terceiro andar .Ou de cima de um trio.Amores de carnaval desaparecem na fumaça,como diz a canção e o prosaico retoma seu lugar.Adeus,adeus,  ano que vem  tem mais.
Muitos,principalmente os eternos mal humorados,acham o carnaval uma baderna.Enchem a boca para dizer esta palavra sem nem ao menos saber o que ela significa.Mas,é uma estória de amor.
Contam os antigos que,na cidade dePiacenza,Italia,nos idos de 1828,nasceu uma bela moça chamada Marietta Baderna.Nunca se sabe de onde lhe veio o nome,talvez de um ancestral marinheiro.
O certo é que a linda garota tornou-se bailarina,venceu os preconceitos inerentes á profissão,e entrou para o elenco do famoso Scala,de Milão,com quem excursionou por toda a Europa.
Quando a Italia,dominada pela Áustria,baniu os teatros e os artistas,Marietta veiu dar com os costados no Rio de Janeiro,por volta de 1849,sabe-se lá porque.
O sucesso desta moça foi tão grande que ela tinha uma enorme quantidade de fãs,todos muito apaixonados e capazes de lhe ofertar a lua e as estrelas.Com frequencia,uns se batiam com os outros em brigas homéricas,criando enorme desassossego nas ruas desta cidade pacata,que só queria passear em paz na Rua do Ouvidor,sem ser desacatada por brigões irresponsáveis.
Os Romeus briguentos foram apelidados de badernistas e daí surgiu a palavra baderna,significando confusão e desordem.
Miriam de Sales Oliveira
Enviado por Miriam de Sales Oliveira em 24/02/2009
Código do texto: T1455301
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