COISAS DA VIDA

Ele, delicado, calmo, compreensivo por natureza, não era do tipo capaz de matar a mulher e ir pro cinema; mas, ela, pavio curto, explosiva, nunca media suas palavras e um dia sim, outro também, viam-se envolvidos em discussões gratuitas surgidas do nada. Ontem, ele virou a mesa, arrumou a mala, pôs dentro o seu amor, sua paciência, os seus modos delicados, sua compreensão, apagou a luz e partiu sem olhar pra trás nem dizer adeus.

Ela? Me telefonou, apenas surpresa, simplesmente disse: ele se foi. Respondi: eu sei. E Olhando para uma mala desfeita, sorri e fiz carinho para alguém deitado ao meu lado. Coisas da vida...

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 01/03/2009
Reeditado em 01/03/2009
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