Terno de vidro

Os corações batiam forte naquele inicio de noite, o calor o fazia transpirar, seu coração dava coices no peito. O cheiro da noite quente estava infestando o ar, e o clima predizia o que iria acontecer. O que mais queria durante os últimos anos seria alcançado, naquela noite, aquele seria seu momento.

No ônibus a caminho do local, várias coisas le passavam pela mente, perguntas infindas o cercaram e a ansiedade o deixavam louco. Precisava ter calma, se demosntrasse toda a sua sede de chegar ao pote, poderia por tudo a perder. Como será que vai ser? Essa é a pergunta mais frequente. Olhando a janela toda a paisagem era diferente, as estrelas brilhavam mais, o mato era mais cheiroso e o vento mais fresco.

Suas mãos tremiam e suas pernas estavam bambas, ele chegou na hora combinada. Com as mãos suadas, ele constatou o atraso dela, se passaram 5 minutos do combinado e ela não apareceu. Será que ela não vem? Começou a lhe dar uma sensação, como se fosse uma dor de barriga, mas era diferente. Passaram-se 10 minutos desde a chegada e ele já estava decepcionado, se achando burro por acreditar nela. Pega o telefone decidido a ligar pra ela, para e pensa um pouco, ele pode dizer que acabou de chegar, so pra ver onde ela está. Guardou o telefone e pos um chiclete na boca, resolveu se controlar, novamente tirou o telefone do bolso e ligou para um amigo.

Não terdou muito em aparecer a moça, a estrela da noite, mas ele não poderia deixar que transparecesse sua ansiedade. Ela estava linda, não tão linda como ele imaginava, ela já não era a mesma, e depois de tantos anos, quem é o mesmo? As mão foram enxutas na calça, com um pigarrear limpou a garganta e a abraçou longa e apertadamente, deu-lhe um beijo na face e sorriu. Naquele momento pode sentir o cheiro, a pele, o cabelo, o toque...não esqueceu como se afaga aquele corpo, mesmo depois de tanto tempo.

Se sentaram numa arquibancada que contemplava os arcos, os famosos Arcos da Lapa. Depois de uma longa conversa sobre a vida, um assunto chato apareceu, ela veio falar de sua vida amorosa e isso não o interessa nem um pouco. Não queria saber disso, queria aproveitar o momento, sem saber quem pintou a zebra. O assunto se desviou da chatice, se olharam, olharam sua bocas e num movimento sutil e involuntário se beijaram. Ele a beijava enquanto afagava-lhe a nuca com a mão esquerda, sentia seu cabelo, o gosto de sua boca era tudo o que seu paladar queria. A mão direita pousou na perna da moça, fazendo uma leve pressão sobre as coxas. Os olhos estavam fechados, mas não precisavam estar abertos para que se vissem, neste beijo a entrega não foi só do corpo, foi da alma. Ele a beijava com toda a alma, entregava tudo o que tinha, o que tinha de mais valor.

Ao findar aquele beijo, não se olharam, ela estava pressionada contra o peito do rapaz. Ele lhe alisava os braços, os cabelos e tentava sorver todo o ar que contivesse seu perfume. A tinha fortemente nos braços parece que, com medo de que ela pudesse partir novamente, voar como a borboleta que voa de flor em flor. Quando finalmente se olharam sorriram e se beijaram novamente, se beijaram até sentirem que a boca estava dormente. Foram beber algo, um chopp.

Conversa de bar é sempre mais animada, se olhavam de forma terna, carinhosa, se derretiam em olhares, carinhos no rosto, pescoço... A coisa foi tomando uma outra proporção, aquilo terminaria em outro lugar, um lugar em que os dois construíam e faziam ruir seus castelos. O forte em que se refugiavam, o ninho que alugavam por algumas horas... Lá se entregariam como loucos, mais do que seus corpos suas almas. E tudo isso por mais um isntante de febre, de incerteza, aquela lhe venderia ilusões, ele nunca saberá se é relaidade ou não o que lhe é dito, não poderá planejar. O barco deve correr solto, a deriva, nada de planos, que cada momento seja único e eterno.

Eis o isntante de febre, o momento de gula e jejum, vestirá seu melhor terno de vidro. Venha madrugada, ensine e redima.

Símio
Enviado por Símio em 05/03/2009
Reeditado em 05/03/2009
Código do texto: T1470955