{Mini}Crônicas da Juventude - III

Decidiu sair de casa para se distrair. Mas antes disso, precisava tomar um banho para melhorar da dor de cabeça.

Enquanto a água batia em sua cabeça, massageando-a, em sua mente ecoavam duras palavras que alguns minutos atrás haviam sido proferidas. Queria que não fosse verdade. Queria mostrar que seria alguém na vida. Queria. No fundo, doía, pois não podia provar o contrário.

Suas lágrimas misturavam-se à água morna, como num ventre...

Família... Mas que mentira amarga! Longe da realidade. Por isso, nunca declarou amores por sua família. Não gostava dela, às vezes, até chegou a odiá-la. Isso, para ela não era novidade. Era até normal...

Frases clássicas de família: "Dê valor a sua família", "A família é a sua melhor amiga" e "A família é a única que te ajuda quando se precisa". Mas o que pensa é assim: "Os amigos são a segunda família (muito melhor que a primeiro), são a família que se pode escolher", "É melhor pedir ajuda a um desconhecido. Família só reclama e ainda faz de má vontade" e entre outros... E esta é a verdade!

Arrumou-se e saiu. A janta havia acabado de aprontar, porém estava sem fome, não conseguiria pôr nada na boca do jeito que estava. Era melhor enfrentar o terrível frio que castigava que estava lá fora a ficar em casa. Talvez se divertiria, talvez conversaria com alguém, para vomitar todo esse mal dentro dela.

Contudo, escolheu um vão mal iluminado, longe do mundo, e pôs-se a escrever, mesmo com a mão e o corpo trêmulos, estas linhas, enquanto tocava "Um Minuto para o Fim do Mundo" em algum lugar desconhecido.

(CaosCidade Maravilhosa, 30 de agosto de 2008.)

Erick de Azevedo
Enviado por Erick de Azevedo em 09/03/2009
Reeditado em 12/03/2009
Código do texto: T1477796
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