Nem só de poesia se vive na Páscoa
Bacalhau da Páscoa que trazes p’ra mim...
Chega a Semana Santa, e com ela o assunto que invariavelmente invade os jornais e as matérias especiais das TVs é como substituir a carne na Sexta-feira Santa e programar o almoço de Páscoa.
Com isso o assunto predileto passa a ser o bacalhau:
Como identificar o legítimo Bacalhau, como comprá-lo a preço menor sem ser enganado, como preparar etc.
Fato é que há um pouco de exagero nisso tudo, não se discute que o melhor Bacalhau é o Porto Imperial, ou seja, o COD FISH com mais de 3 quilos, principalmente quando a receita pede um lombo alto, ele se desmancha em lascas facilmente e seu sabor (se bem demolhado e regado com azeite de qualidade) realmente é o máximo.
Mas chamar os demais peixes salgados, de falsos Bacalhaus é sem dúvida uma impropriedade.
Assim como o Coelhinho da Páscoa e o Chester, nunca se viu um Bacalhau vivo, inda mais nadando nos mares da Noruega. Quem nada nestes mares gelados é o CODFISH peixe especialíssimo para se salgar e consumir em refeições inda mais especiais.
Posto isso, não se pode esquecer que outros peixes como o Saithe, o Ling e o Zarbo também dão ótimas e sofisticadas receitas Pascoalinas por preços muito mais convidativos. Todos eles (é bom que lembre) recebem o nome de bacalhau apenas após o corte tradicional e a devida e indispensável salga e cura.
Só para organizarmos então:
Para postas grelhadas – lombo de COD ou Saith.
Para receitas com bacalhau desfiado - as partes mais baixas do COD ou do Saith.
Para cozidos ou preparados com molhos densos – COD, Saith ou Ling.
Para bolinhos – qualquer um deles, inclusive o Zarbo um pouco escuro, mas saboroso também.
Apenas como informação existe um trabalho do Ministério da Agricultura português que pretende que apenas o Porto Imperial possa ostentar esse nome no comércio, (como a Champagne, o vinho do Porto, o Cognac etc), mas enquanto isso não acontece boa bacalhoada nesta Páscoa para todos.