Leitura de Berço

Um dia me apaixonei... Paixão não se explica... Vive-se, intensamente...

A primeira lembrança que tenho de leitura remonta aos meus cinco anos de idade, quando no meu primeiro dia de aula a professora pediu para que eu copiasse o meu nome que ela havia feito numa pequena tira de cartolina azul e escreveu FERNAMDO chamei a pró e disse que meu nome não se escrevia assim, pois só se usa M antes de B e P ela surpreendeu-se, pois era o meu primeiro dia de aula na alfabetização e, portanto ela supunha que eu mal ia saber imitar aqueles rabiscos e, muito menos, o seu significado e mais ainda alguma regra, se quer, de português.

Mas eu tinha uma boa professora em casa, a minha própria mãe.

Minha mãe era apaixonada por romances, poemas, música, artes, religião e mais ainda era apaixonada pelos filhos. Não pude escapar a meu destino, abracei as mesmas paixões, inicialmente solvi todos os velhos livros da estante de minha mãe, eram bons livros, não dispensei nenhum, de O Guarani ao velho Catecismo da Igreja católica, até mesmo a coleção de Alan Kardec, daí segui lendo a Bíblia, não dispensando nenhum de seus livros. Na adolescência li muito gibi, muito bolso livro de faroeste, mas minha mãe, muito católica, não me deixava esquecer da Bíblia.

A Bíblia acabou se tornando o meu livro de cabeceira.

Na escola, por um longo tempo, o contato com a literatura era feito por fragmentos e consegui gostar de alguns autores como: Cecília Meireles, Clarice Lispector, Carlos Drumonnd de Andrade, Cora Carolina entre outros, mas o meu primeiro contato Oficial com um Romance só se deu aos 15 anos de idade quando a professora nos fez ler vários Romances Clássicos, alguns eu até já havia lido e...

Devo confessar, são os Clássicos que me atraem mais.

Desde algum tempo o livro, além da Bíblia, que me tem cativado é “Os Sertões” de Euclides da Cunha, gosto muito de história e se esta história menciona minha cidade e minha gente me deixa ainda mais empolgado, porém apesar de desejar a muito Tempo ler “Os Sertões” eu não conseguia. Em muitas das tentativas que fiz, e não foram poucas, sempre me esbarrava nas palavras, aparentemente, preconceituosas das primeiras páginas do livro... e o fechava.

Finalmente, determinado a superar o meu próprio preconceito, eu fui ultrapassando as barreiras, que não foram poucas, até me empolgar, me apaixonar e me unir para sempre, creio eu, com o melhor livro, na minha opinião, da literatura universal.

“Os Sertões” tornou-se releitura obrigatória para...

Agora, quis o destino que eu estivesse assim, cursando Letras, curso com o qual eu nunca sonhara, mas que aos poucos tem me cativado, e que tem me feito descobrir um novo modo de enxergar a literatura, não só com a paixão de quem apenas gosta de ler um bom livro, mas com o olhar crítico de quem sabe reconhecer numa obra literária os discursos das entrelinhas.Espero aguçar esta crítica, mas nunca deixar de ler um livro com paixão. Pois...

A vida é para ser vivida com uma eterna paixão, as criticas são criticas.

A Leitura me levou a produzir textos e não foram poucos, escrevi de tudo um pouco: letra de música, poemas, discursos, cartas e até esboço de livros, nunca pensei em publica-los, talvez acreditasse que não valia a pena, este meu conceito tem mudado, quem sabe não comece a revisa-los.

A escrita é, ao meu ver, o espelho da alma... Mas que, às vezes, fica embaçado.

Desculpem por eu não deixar aqui uma relação dos cem melhores livros que li, pois poderia incorrer no erro de omitir algum, e isto não se devem fazer nem com os livros.

Fernando Rocha da Costa
Enviado por Fernando Rocha da Costa em 11/03/2009
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