Férias da profissão professor... uma profissão perigo

Férias da profissão professor... uma profissão perigo

Sinto-me enfadada, não da vida, mas de mim, gostaria tirar uma férias das minhas palavras, sonhos inutilizados, desilusões, sorrisos hipócritas e da função dilatada, desgastada, desgarrada da figura do professor. Sim, sou professora, diferente de estar professora!! Para mim o ato de professorar não é transitório, é como se fosse a minha segunda pele. Então, sofro dolosamente a cada derrota imposta pelos governos à nossa profissão. Mesmo que me sinta correndo contra o tempo e o vento, não consigo deixar de me mostrar rebelada em diferentes situações escolares ou não. As corrupções correm rio abaixo em todo o senado brasileiro, todavia, o professor se constitui no responsável pela maioria dos problemas nas escolas.

Não gosto do coitadismo imposto pela sociedade, em geral, aos professores, talvez seja uma generalização inconsequente, contudo, é assim que as mídias veiculam as noticias sobre a profissão professor. Tenho náuseas quando ouço em reuniões, seminários que temos vestir a camiseta de professor... Por quê? Será o diploma, anos de estudo( especializações e mestrado), muitas pesquisas e leituras não foram satisfatórios. Permanece um cabo de guerra continuo entre os professores e governo, se por um lado a queixa de salários baixos e excessiva carga horária se constituem numa lamúria real. Por outro lado, há uma predisposição oculta e escusa nas escolas com exibição de professores inaptos, desinteressados, cansados, enfastiados da rotina escolar que mostram uma frieza em relação aos alunos equiparada a um psicopata.

Sim, não somos anjos, nem temos uma missão suicida de transformar o mundo como esperam de nos. Gosto da minha profissão, eu a escolhi dentre muitas, não me tornei professora por carência de opção ou por ausência de dinheiro familiar. Entretanto, sinto-me sufocada pela dupla jornada de trabalho, o convívio com os alunos( nem todos) é ótimo, no entanto, as avaliações, seminários trabalhos, planos de estudo e projetos... Deus!!! Isso é um cansaço absoluto!! Um tédio infinito!!! Esta burocracia ou burrocracia destrói as possibilidades de sermos livres e felizes profissionalmente Sinto muita falta de bater asas e voar para os livros sem a obrigatoriedade de discuti-lo com os alunos ou fazer uma resenha para apresentar em seminários. Que falta faz a liberdade dos loucos... Bom, só não tenho a liberdade, pois a loucura está anexada à profissão professor.....

Beijos aos sonhadores de plantão

21/03

Isa Piedras