Eles se rendem !!

Descobri o que os elefantes de circo deveriam descobrir, a força. Um elefante só se permite ser preso pelas correntes por ser codicionado, quando filhote não conseguia arrebentá-las e depois de adulto mantém seu pensamento. Esses dias descobri minha força, sou um elefante grande e forte pra ser preso por uma simples corrente. A fina corrente fora rompida com um grande puxão da pata do paquiderme.

Tem que parar de ser Quixote, Quixato, Que saco! Don Quixote lutava contra moinhos de vento acreditando serem gigantes, não é culpa dele. Já lutei contra os moinhos chamando os mesmos de gigantes, assim como ja houveram embates com gigantes que pensava ser moinhos de vento, sem noção. Depois que a poeira baixa, vemos o real tamanho do problema e percebemos que ele não é tão grande assim. Afobado...José...Cansado...Assado pela armadura...

No final de tudo, do combate, do recolher dos corpos, da divisão dos espólios da guerra, sentei-me a beira da praia. Observava o sol, quanto tempo perdi em batalhas, mas era preciso. Pra fazer a paz tive que fazer a guerra. Tive que sentir o gosto do sangue, meu e do rival, para que, finalmente, pudesse cair o Maná. Combati o bom combate, roí o osso, sob chuva, sob sol, sem descanso nem em dia santo. Passei pela guerra, não intacto, mas não em pedaços, vivo e sagaz.

Aos vencedores os louros, aos derrotados...compaixão? Ferros? Compreensão...? Escolha você! O que os perdedores desta guerra merecem? Depois de tanto tempo de combate, vejo como meus dedos foram adestrados pela espada. E os do inimigo? O inimigo estava pequeno, não melhorou, não se aprimorou. Como na Segunda Guerra, começou ganhando e se denominou Maquina de Guerra, os Aliados, pobres, eram precários e não estavam preparados para tal confronto. No final, meu inimigo, assim como Hitler, dizia que tinha e, realmente esperava ter, a super arma que viraria a guerra em seu favor. Os oficiais de Hitler foram julgados em Nuremberg, alguns se mataram, Hitler "se matou". Pobre adversário meu, de Hitler virou José e espera o bonde, o cavalo pra fugir a galope e nem se quer pode morrer, é José, José é duro e não morre.

Senti gosto em ver a derrocada de meu algoz de tanto tempo. Não de vê-lo derrotado, o coração ficou apertado, mas precisava daquilo, era como o rito da tribo indígena que põe luvas com formigas carnívoras nas mão dos indiozinhos de 9 anos. Meu espírito está mais forte e estou mais preparado. Reclamo as vezes do destino, da vida, mas as coisas vem na hora certa, e sempre é uma surpresa. É trsite, ouvir os gritos alheios, mesmo de quem lhe fez mal, mas quando é ele ou você, a coisa muda.

A paz está reinando, um confronto aqui e ali faz parte, mas nada de tão grande, com tantas vítimas ou estragos quanto o último. Agora só quero voltar pra casa, ver os meus, ouvir os sons que tanto gostava. Volto mais forte, um guerreiro que foi forjado nas fornalhas do fronte, a armadura reluzente. Quando o combate chegasse ao fim pensava que não ficaria satisfeito, tinha medo de ter feito da guerra a minha vida e ficar sem saber o que fazer depois que a campanha acabasse. A guerra acabou, vejo claramente a importância que teve a guerra, quem não viveu a guerra, não pode dar valor a paz.

Repouso numa praia de águas limpas e tranquilas com meu espólio,e colhendo os louros da vitória, ao inimigo, desejo melhor sorte na próxima.

Símio
Enviado por Símio em 17/03/2009
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