SENSAÇÕES ESTRANHAS

(Conheci hoje uma moça bonita, agradável, alegre. Seu nome é Márcia. Posto esta nova crônica em homenagem a ela)

Começando...

Contarei as minhas sensações:

Estava deitada, imobilizada. Ouvidos levemente tapados.

De repente, a caminha estreita começou a deslizar suavemente, entrando em uma caverna fresquinha, levemente iluminada...

Fechei os olhos. Relaxei. Afinal, na correria que é minha vida, nem sempre tenho tempo para relaxar no meio da tarde!

Durou pouco a quietude!

De repente, escutei um burro zurrar assustadoramente! Parecia que o coitado estava sendo ameaçado de morte. Com certeza, estavam puxando o rabo dele ou... uma outra coisa que dói muito mais. No mínimo! Zurrou bastante e depois parou!

Depois de uns poucos minutos talvez, não soube calcular, foi a hora de um galo histérico soltar seu berro ensurdecedor: cóóóó...cóóó...cóóó.....

Com certeza, a galinha não tinha feito o almoço e ele, morto de fome, reclamava com toda razão! Ou, então, já me veio outro pensamento um pouco mais ardido: ele buscava o namoro (!) e ela se escondeu!

O que era aquilo?

Será que eu estava sonhando com alguma fazenda?

De repente, bateram na porta. Que porta?

Toc toc toc toc. Pancadas secas e fortes, madeira com madeira, insistentemente... Durou um tempão aquelas batidas.

Como eu iria atender se não via porta alguma?

Quem batia devia estar nervoso, pois em seguida começou a buzinhar: téiiin... téééiiin... tééiiin.....

(Pensei comigo mesma: têm o que?)

Não parava nunca!

Seria algum credor! ...Mas eu não devo nada em atraso!

Não tinha mais ninguém para atender à porta?! Nooossa!!

À porta, pararam de bater.

Outros bichos berraram, urraram, gritaram. Cheguei a me lembrar dos bichos exóticos da Austrália, onde meu neto está. Ele não dormia direito por não conseguir identificar os gritos de pássaros e outros bichos mais.... Esses eu não conhecia.

Eu já estava ficando inquieta. O que mais aconteceria? Tinha medo de ser pega de surpresa com outros barulhos estranhos. E, se eu me assusto, o coraçãozinho velho de guerra dispara e é um incômodo horrível!

Mas... Fiz de um tudo para não me preocupar... Procurei relaxar e esperar pra ver o que mais aconteceria.

Fui guardando na memória os barulhos.

Aconteceram outros sons altíssimos inidentificáveis, estranhos.

Procurei dar tratos à imaginação, mas não conseguia relacionar os outros ruídos a coisas barulhentas.

Incomodou-me um tanto uma campainha estridente...

Não aquelas campainhas gentis, educadas, tipo “mademoisele” que fazem - din...don.

Nada disso. Era estridente, escandalosa mesmo, aquelas que berram alto e em bom som: tééééééééêmmmmmm.

(Pergunto eu de novo: têm o que?! Sei lá).

Mas... Fui agüentando. Aquilo tinha que ter um fim.

E teve.

A boca da caverna se abriu, entrou mais luz, vi pessoas simpáticas, gentis, sorrindo de leve pra mim.

A caminha deslizou suavemente para fora da caverna...

Soltaram-me. Ajudaram-me a levantar.

Voltei à realidade:

Simplesmente eu tinha sido submetida a uma ressonância magnética do crânio!

Não estou doida, não... Verdade.

Foi só isso mesmo: uma ressonância!

Será que alguém daquela equipe já fez esse exame?

Você já fez?

Mama mia!

Rachel

04/03/09

Rachel dos Santos Dias
Enviado por Rachel dos Santos Dias em 21/03/2009
Código do texto: T1499092