Recado aos Pais
Fátima Irene Pinto
 
Se eu pudesse, eu diria aos pais que filhos aprendem muito mais com os nossos exemplos do que com as nossas palavras.
 
Que, quando adultos, eles repetirão em suas vidas os padrões familiares que receberam no âmbito do próprio lar.
 
Que filhos precisam conhecer limites, que é preciso dizer "não" muitas vezes em casa, para que não se tornem revoltados quando o mundo lá fora se mostrar hostil e contrário aos seus interesses.
 
Que uma grosseria e um desrespeito aos pais, merecem sim, uma boa chinelada.
 
Que começar a trabalhar cedo não é violação dos direitos da criança e do adolescente, muito pelo contrário, é uma forma de deixá-los seguros, responsáveis e preparados para a vida.
 
Que monitorassem os filmes e os programas que eles assistem ou sites que visitam na internet.
 
Que estivessem atentos às amizades que eles fazem e lugares que frequentam.
 
Que jamais os deixassem assistir a filmes de terror ou de extrema violência, engendrados por mentes doentias, que só servirão para incutir-lhes medos descabidos e encher seus "porões" de fantasmas perniciosos.
 
Que lhes ensinassem sobre Deus, conforme a compreensão de cada um, que lhes ensinassem a orar desde a mais tenra idade pois está comprovado que, as pessoas que têm fé, suportam melhor os revezes da vida.
 
Que sexo é uma benção da Vida mas não deve ser praticado com leviandade.
Nem mesmo os animais fazem isto.
Relações sexuais sadias são louvores, e nosso corpo é templo do Espírito.
 
Que lhes incutissem desde cedo o hábito da  leitura, o gosto pela arte, o respeito pela natureza.
 
Que lhes dissessem que eles podem sim, ser vencedores, mas que para isto não precisam esmagar ninguém.
 
Que honestidade e retidão não são virtudes ou algo de que devam se orgulhar por tê-las, mas apenas e tão somente obrigação de todos nós.
 
Que jamais invejassem os dons alheios, mas mirassem os olhos para os próprios dons e talentos naturais e os desenvolvessem.
 
Que toda e qualquer pessoa têm áreas onde são especiais e podem se destacar, assim como têm áreas onde são limitadas e que isto faz parte da vida.
 
Sim, eu diria. Mas não seria utopia?
 
Há muitas décadas que as crianças são criadas por babás ou empregadas despreparadas. Quando não, ficam nas creches. Condição de sobrevivência do mundo atual.
Quando chegam em casa (raras exceções), encontram pais estressados, sem tempo ou disposição para dar-lhes nada, muito menos carinho e educação.
Então dão-lhes "coisas" para compensar a ausência e aplacar a consciência.
 
Sobre os resultados, não preciso dizer.
Eles estão aí para quem quiser ver.
 
 
(Dedicado a uma professora amiga que está afastada do magistério, após ter apanhado de um aluno em sala de aula)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fátima Irene Pinto
Enviado por Fátima Irene Pinto em 22/03/2009
Reeditado em 11/06/2009
Código do texto: T1499951
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