Essa reforma ortográfica é o ó!

(Najah ÐL®)

Tá certo, tem pencas de gente que não sabe escrever, não pontua e não sabe onde é que vai o acento (nem sempre na cadeira). Está cheio de universitários que não têm (opa! aqui o 'chapéuzinho' continua firme e forte) a mínima noção do idioma; não sabem ler nem escrever, conjugam verbos em tempos estranhos e nunca sabem onde está o sujeito (aquele nem sempre com predicados mas necessário frente a uma lousa). Pois bem, a reforma ortográfica dá aquela lembrança nostálgica e triste do Plano Collor: todos ficaram na mesma situação; ricos e pobres só tinham uma determinada quantia para movimentar e seu patrimônio não podia ser negociado porque ninguém tinha dinheiro.

A reforma ortográfica está fazendo o mesmo; você pode ter cultura mas está no patamar do que não sabe nada, já que todos precisam se adequar às novas regras. Ninguém mais sabe escrever corretamente e temos até 2012 para aprender.

Não concordei com a reforma e não concordo ainda, mas como não adianta discordar, resta conhecê-la. Embora entenda que seria preferível os governantes oferecerem um curso de Esperanto para todos os povos; seria mais útil e evitaria os tradutores (nem sempre bem intencionados). Deveria ser obrigatório, sim, saber-se uma língua universal porque, cá entre nós, tentar aprender Mandarin não é brincadeira. Mas nada é como a gente quer, não é mesmo? E, apesar dos pesares, pelo menos os professores precisarão estudar um pouco, já que o corpo docente do país é, em sua maioria, indecente em termos de conhecimento da língua, tornando o corpo discente totalmente despreparado. Não se precisa ir muito longe, basta dar uma lidinha em alguns "mestres" aqui do Recanto para os pelinhos da nuca ficarem arrepiados.

Bom, bom, parando de encher linguiça, que não tem trema, e tentando puxar pela ideia que não tem acento, essa reforma serve, em verdade, para as editoras que com o advento da Internet estavam fadadas à falência pois, com seus preços abusivos, a má qualidade de impressão e revisão, perderam seus leitores que estavam baixando livros pela Internet. Assim como as músicas, se não me falha a memória, depois da confusão toda de roubo de banda, parece que tudo permaneceu igual, tendo apenas um ou outro arcado com o prejuízo.

Com a reforma, além de TODOS OS LIVROS escolares precisarem ser refeitos e TODOS OS PAIS precisarem comprar novos materiais para seus filhos, um ou outro vai poder alçar novos voos, sem o circunflexo, mas com asas novas: novos empregos, dinheiro em movimento, editoras enricando, classe trabalhadora se ferrando, gente burra tentando aprender, gente esperta tentando aprender, e mais, agora finalmente vamos entender os que os portugueses, legítimos de Portugal, falam e escrevem. É ou não é um espetáculo? Circense.

Quem quiser dar uma olhadinha nas modificações, a Fundação Victor Civita disponibilizou na Internet um manual bastante simples e interessante:

http://www.atica.com.br/novaortografia/index_.htm

Najah DL
Enviado por Najah DL em 23/03/2009
Reeditado em 23/03/2009
Código do texto: T1501903