AINDA O CASO DE ALAGOINHAS
AINDA O CASO DE ALAGOINHAS
José Benedetti Netto
Enorme foi a repercussão do caso, envolvendo a menina de 9 anos, grávida de gêmeos, vítima de estupro de seu padrasto e que acabou tendo a sua gravidez interrompida por ordem da justiça.
Muito se alegou a respeito do perigo de vida da mãe, de ser um trauma por causa do estupro e outras conseqüências que poderiam advir e, com certeza, em nenhum momento se falou a respeito da culpa que ela carregará apara sempre, por ter interrompido duas vidas.
Pessoas comuns, mídia e autoridades se posicionaram a favor e contra tal atitude, inclusive o Presidente da República que veio a público, dizendo ser um caso de “saúde pública”.
O ato foi consumado, agradando principalmente os defensores do aborto, entretanto essa menina vai continuar sua vida! Será que todos os que aprovaram e realizaram tal procedimento vão dar à menina o suporte necessário para que ela supere o episódio? O sistema de saúde que deve gerir a “saúde pública” estará presente para isso? Hospital e médicos se interessarão em lhe dar assistência? O Governo dará condições para que ela seja acompanhada convenientemente?
Penso que, em relação ao pronunciamento vazio e descomprometido do Presidente, com a evasiva de que se trata de um caso de “saúde pública”, o ocorrido não está solucionado porque daqui a pouco todos se silenciarão e tudo cairá no esquecimento e essa menina e sua família serão personagens olvidadas como milhões de outras que sofrem o mesmo descaso por parte das autoridades.
Questão de “saúde pública” são Governo e Ministérios recheados de pessoas desonestas que desviam verbas, de todos os setores, se enriquecem com o dinheiro público e ainda contam com o beneplácito de seus pares.
Questão de “saúde pública” são partidários e partidos, envolvidos em tantos conluios que fazem corar todos aqueles que ainda primam pela honestidade e boa moral. Questão de “saúde pública” é suportar tanta canalhice.
Quem os julgará? Nas urnas temos visto sempre a vitória da maioria envolvida em escândalos e bandalheiras porque contam sempre com a “máquina” e eleitores despreparados.
Creio num julgamento divino, mas os corruptos, os desonestos e a maioria dos dirigentes não acreditam nele, mas tenho certeza de que ele virá; é só esperar.
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