Relembrando Tancredo Neves

Talvez influenciado por uma frase de Tancredo Neves, numa entrevista nas páginas amarelas da Revista Veja – “O Banco do Brasil não é apenas o maior banco rural do mundo, é uma academia em que muito se estuda e muito se aprende; é, sobretudo e principalmente, uma casa de honra e probidade”, – deixei a CODEVASF, onde já trabalhava há 18 anos, e fui para aquele Banco. Também em face da função que exercia anteriormente, a de radiotelegrafista, cuja profissão estava prestes a ser extinta, em razão do avanço tecnológico. Hoje, mesmo que fosse o melhor do mundo naquela profissão, estaria desempregado. Os jovens nem sabem o que é a radiotelegrafia, que começou a desaparecer ainda na década de 80.

Como as mudanças são constantes, principalmente na área da tecnologia, também a carreira de bancário vê-se ameaçada, reduzindo significativamente a necessidade da mão de obra humana. As máquinas assumem a maioria dos serviços, assim como os caixas eletrônicos e a própria internet, que possibilita ao cliente ter o seu Banco em casa. Por esta e outras razões o Banco já não se enquadra integralmente na frase de Tancredo Neves. Mudou a sua política, mudou a sua filosofia de trabalho. Não sei se hoje mudaria novamente de empresa, se ainda estivesse na ativa, vendo a carreira ameaçada. A não ser um empurrãozinho político para uma ascensão profissional, o que não havia naquela época. O mérito era fruto da dedicação, da competência e da qualificação oferecida pelo próprio Banco, através de cursos e mais cursos. Não havia ingerência política. Hoje, segundo dizem, um apadrinhado político pode ir de “saldado a general”, ou seja, avançar barreiras hierárquicas.

Irineu Gomes
Enviado por Irineu Gomes em 10/04/2009
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