Amanhecer...
Um novo papel, uma nova escrita diante de meus olhos. Voltei a viver, a escrever, a sonhar com os pés no chão.
O dia surge com um novo sabor, com novas possibilidades. Meu olhar não anda mais distante, vazio, perdido.
Encontrei-me em fantasias minhas, diurnas, noturnas...
Acordar com o sabor de que o dia terá melhor sentido, é apenas mais um dia especial, um dia de vida, de possibilidades mil.
O pôr do sol resplandece e a noite não mais assusta, as estrelas surgirão, preenchendo a escuridão de uma noite sem luar.
O sorriso tem sabor de infância, do frescor matinal, resplandecendo no iluminar dos olhos, da pele, da vida...
O jardim voltou a florir, rosas vermelhas, brancas, rubras... O verde se mistura a intensidade diversa, a primavera chegou a iluminar o outono da estação.
O trem partiu na estação vazia, os trilhos duplos se refazem aquecidos pelo sol que se faz presente.
Cores transparentes em gotas de folia enfeitam os caminhos de emoção e luz. Verdejantes sacadas em janelas suspensas sob olhares de esperança.
Nuvens escuras se vão, dores momentâneas aliviadas em vôos distintos, liberdade despretensiosa e feminina.
Entrar em êxtase ao andar descalça sobre o frescor do chão de terra batida, numa reviravolta de abandono do asfalto escaldante.
Paz imperfeita num dia que se renova numa calma despretensiosa e necessária.