Miséria humana

As cartas de Van Gogh ao seu irmão Theo e o depoimento deste, não deixam dúvida. Pouco antes de morrer, Vincent disse que "la misère ne finira jamais."

Mais uma conclusão do pintor que revolucionou a arte.

Vincent não afirmou que a miséria monetária do homem não teria fim. Seu alcance foi bem mais longo. Ele sabia que a miséria humana não tem fim, sentiu esta verdade dentro de sua alma. O homem sofre, é uma condição da vida.

Sentiu ao longo da sua existência que o fato é verdadeiro, embora tenha sido um doente. Da sua doença surgiram os mais belos quadros e sobretudo expressivos que conhecemos. Além de mestre nas tintas, compreendia bem a vida. Não fosse assim, não conseguiria transmitir a emoção que quis e conseguiu passar para a Humanidade.

São pinturas expressivas aos extremos, ora tristes e igualmente de uma beleza incomum. O par de botas, o quarto do pintor, ele mesmo com a orelha decepada por um corte de navalha, fruto de uma briga com o seu contemporâneo Gaugin, tudo isto importa numa visão de vida exterior e interior muito grande.

O homem nasce sozinho, vive sozinho e morre sozinho, a despeito do que queremos crer. Por mais amor que o cerque, sua existência é solitária.

Foi isto que o mestre concluiu e viveu.

Seus campos, seus trigais. As cenas humanas retratadas mostram um homem que conhece suas limitações e misérias.

Mostram igualmente a grandiosidade de um homem que mesmo sabendo nada, soube transmitir o tudo...

É verdade que a Vida está cheia de lados negros. Mas o melhor é vivermos com todas as felicidades que ela nos oferece.

A começar pelo amor. Tem tanta coisa...

Jorge Cortás Sader Filho
Enviado por Jorge Cortás Sader Filho em 11/04/2009
Reeditado em 11/04/2009
Código do texto: T1533382
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