Quem diria hein promovido

É um cidadão trabalhador. Que investe em sua carreira com cursos e livros. Trabalha sem reclamar, nunca chega atrasado. Muito menos deixa de bater o ponto. O funcionário que o patrão pediu a Deus. Tanto é que o chefe resolve promover o cidadão.

Ele aumenta os investimentos em sua carreira, com mais cursos, muito mais livros. Se antes não reclamava, agora, nem pela sua cabeça essa ação se passa. Nunca chega atrasado, aliás, ele agora chega antes e sai por último. O queridinho do patrão.

Ele é desses que lêem BBC. E um dia, descobriu o porque de andar tão estressado. A promoção. Sim! Acredite! A promoção não só aumentou sua conta bancária, a potência do carro, o tamanho da casa, cresceu também, e em 10%, seu estresse.

Por que será que aumentou o estresse? Será que ele anda muito preocupado com a crise mundial? Será que ele anda preocupado com os gastos, digo, investimentos da mulher? Será que seu rendimento como promovido não é satisfatório? Será? Será?

Eis que, continuando a leitura da reportagem, ele descobre a resposta. Sua visita ao médico caiu em 20% desde que foi promovido. “Médicos f*# p^~a! Eu pago um caro plano de saúde, e esses miseráveis ainda querem minha visita!”, murmura, mesmo errado.

Então, ele resolve ligar para seu médico, pedir perdão pelo descaso e marcar uma consulta. O problema é que ele nem sabe mais onde enfiou o cartão da clínica. Aliás, ele nem sabe se tem cartão da clínica. Antes, tinha decorado o número do médico. E então vai para o Google.

Foi aí que descobriu que o seu médico havia mudado de especialização. Tinha sido promovido. Ficou feliz e com remorso, seu amigo de infância tinha sido promovido e ele não sabia. Mas a notícia que o deixou em prantos foi a que seu médico havia morrido.

“Por quê? Porque meu Deus!”, gritou ele. Uma voz lhe disse: “continue lendo que você saberá”. Ele olha para os lados e não vê ninguém. Meio assustado resolve obedecer à voz misteriosa. “Faleceu de infarto, provocado por estresse”, dizia o texto.

João Áquila
Enviado por João Áquila em 14/04/2009
Código do texto: T1538442
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