Julgar é difícil

Todo homem que tem o poder de julgar, ainda que não seja membro do Poder Judiciário, sente o peso de um julgamento que faz. Incluindo os magistrados.

A tarefa, a missão ou mesmo o destino que leva um homem a julgar ato praticado por outro implica numa responsabilidade terrível. Este fato é inquestionável. Com um exemplo simples, demasiadamente comum, tomamos o famoso árbitro de futebol. Pobre mãe do infeliz. Um erro pequeno seu, por mau posicionamento dentro de campo, ou pela visão prejudicada por algum jogador que passe na frente e atrapalhe seu julgamento, um estádio xinga-o sem piedade. Estamos dando um exemplo banal, mas se é jogo da Copa do Mundo, o fato muda de figura. Mas vamos retirá-lo e passar para outro.

Como deve sentir-se um juiz, membro do Judiciário, quando julga uma causa? Ele está decidindo uma parte da vida alheia, por mais que se queira negar este fato. O vencedor sente-se com o contentamento dos que ganham. O vencido, com uma espécie de humilhação do derrotado. Fatos humanos, fatos normais. Mas ninguém perguntou como se sente quem decidiu. Sua primeira resposta é que cumpriu a lei. Esta é a sua missão. Será que cumpriu mesmo? Discussão difícil, e que foge um pouco ao assunto.

Dizem que toda vez que alguém aborda um fato, tem algum interesse nele. Pode ser que sim, a afirmação é verdadeira. Pode ser mera curiosidade.

Estou levantando a hipótese por interesse. Existe um site literário que para seu texto ser publicado, passa por votação dos membros inscritos, que podem ser amadores como nós. Se não obtiver determinado número de votos, não é publicado. Até aqui, nada demais, é uma seleção.

Enviei uma crônica minha, publicada no Recanto das Letras, no Domínio Cultura e na Garganta da Serpente. Obteve o número de votos com vantagem e foi publicada. Com a publicação, o número de votos ainda é contado, não sei bem qual o critério, mas aumentou cinco vezes o inicial. Agora vem o poder de julgar. Se fui aprovado, com os votos num crescendo até onde não sei quanto, outros textos enviados não necessitam mais este julgamento, basta uma avaliação feita pelos responsáveis do site. Não é o entendimento deles. Todo texto passa por votação, ainda que o autor tenha uma infindável série de publicações, com grande número de votos.

Existe coerência neste fato? Com os leitores, a solução.

Jorge Cortás Sader Filho
Enviado por Jorge Cortás Sader Filho em 17/04/2009
Reeditado em 17/04/2009
Código do texto: T1543942
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