Enforcado? Aqui?


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     Porto Calvo é um município do litoral norte alagoano, distante de Maceió mais ou menos 96 quilômetros e com uma população de quase 30 mil habitantes.Curiosamente, está na região litorânea mas não tem praia, porém sua bacia hidrográfica é uma das mais ricas, tendo como destaque os rios Salgados, Grupiuna e Manguaba.
     Historicamente, além de ser a freguesia mais antiga do estado, sua importância para o Brasil e para Alagoas se dá pelo fato de ter sido o palco do enforcamento de CALABAR (Domingos Fernandes Calabar), tido e havido como mais um traidor, na perspectiva do colonizador português. Controvérsias históricas a parte, é uma cidade muito simpática, com um povo alegre e solicito.
     Dia desses, duas amigas visitavam a cidade e surgiu, na conversa das duas, uma polêmica sobre o exato local do enforcamento.Conversa pra lá, discussão pra cá e não se chegava a um consenso. Uma delas resolveu consultar um morador, para liquidar o assunto. Abordou o primeiro que passava, da janela do carro:
- Com licença senhor, uma informação por favor...
- Pois não, moça...
- Onde foi o lugar  do enforcamento de Calabar?
O pobre homem arregalou os olhos, surpreso.
- Sei de nada não moça! Mas teve enforcamento aqui, foi? Quando foi isso, "qui eu num sube"?
     As duas agradeceram e saíram de fininho. A despeito do nonsense, enquanto ria do "mico" que elas me contavam, lembrei da querida Elis “O Brasil, não conhece o Brasil, o Brasil, nunca foi ao Brasil... do Brasil S.O.S ao Brasil...
    Mas, no lado sério do assunto, sugiro que para saber um pouco mais vejam o excelente documentário “CALABAR”, vencedor do Prêmio DOC TV 2006 em Alagoas, realizado sob a direção de Hermano Figueiredo em formato digital, 52 minutos. “Numa narrativa dinâmica, fazendo uso de recursos plásticos e poéticos, o documentário contrapõe visões sobre o tema e vai além da dicotomia herói-traidor. Lança luz sobre a figura histórica de Calabar: um homem sem rosto para a posteridade mas que projetou seu nome numa controvérsia histórica para séculos depois da sua morte.”

http://www.ideario.org.br/filmesevideos/calabar.htm