Casamento ou acasalamento?

O casamento tem sido alvo de discussões desde que foi instituído na sociedade.

Particularmente gosto do tema por que me apavora, literalmente.

Vivi alguns e a experiência não foi lá das melhores.

Já escrevi algumas crônicas sobre o assunto e sempre que acontece um “descasamento” a meu redor, retomo o assunto.

Preciso acreditar que duas pessoas possam conviver diariamente, compartilhar tudo e preservar o afeto, o tesão e a vontade sincera de estarem juntos.

Chegar às bodas de ouro sem cinismo é possível?

Será?

Honestamente, desconheço que alguém o tenha conseguido.

Mas preciso, e quero acreditar que é possível.

Minha experiência mostrou-me que o casamento dá, especialmente à mulher, o prazer de sentir-se acompanhada e a mais perfeita sensação de solidão.

A dois, o que é ainda pior.

Penso que a instituição casamento foi pervertida desde a sua origem.

Aliás, quem o inventou meu Deus?

A igreja, talvez, para manutenção da família e do poder consequentemente.

Consistir a força do amor no casamento é implacavelmente desconhecer o espírito desta instituição.

Ainda assim experimento a vida a dois.

Saio de um relacionamento e entro em outro.

De novo e de novo.

Teimosa!

O desafio é encontrar alguém que esqueça durante o dia que é meu amante e a noite que é meu esposo.

Dependência?

Nem pensar!

Liquida com tudo.

Então recuso o nome da instituição.

Casamento: não!

Acasalamento, talvez.

Soa melhor aos meus ouvidos.

Mas vou de novo...

Experimentar a vida compartilhada, o sonho a dois.

Não tenho medo.

Amo e sou amada.

Vou que vou!