O menino multidigitalizado

Em homenagem a Monteiro Lobato e ao dia nacional do livro infantil – 18 de abril.

Chegou como uma pedra, enorme, majestoso, cheio de cores e palavras. Parecendo apetrecho de remotas eras. O menino multidigitalizado nunca havia visto nada igual. Pegar aquele volume, sentir seu cheiro, folhear, mergulhar num mundo onírico e pleno de fantasia trouxe algo de tão divertido, empolgante e inusitado que ele nunca houvera de imaginar possível.

Horas e horas que nem viu passar. A partir daquele primeiro volume ele teve conhecimento de outros. De todas as formas, cores diversas, assuntos os mais variados e as melhores historias de que já tomara conhecimento. Um mundo novo e completo que chegava até ele.

A partir deste momento passou a dividir melhor o seu tempo e dedicar parte dele para este espécime tão especial: o livro.

E foi ficando de tal forma especial que nosso amiguinho viu pela primeira vez na vida, fora do mundo cibernético, emoções reais e palpáveis, algo deveras gratificante.

O Counter-strike e outros ciberjogos viciosos e violentos finalmente encontraram adversário a altura. Passaram a perder espaço cada vez mais. Não eram mais o principal interesse daquele menino.

Até o dia em que o menino multidigitalizado passou a ser um menino real numa vida real lendo, escrevendo, pintando, correndo, tendo contato com a existência em suas mais diversas e múltiplas formas.

Do lúdico das paginas passou também para o lúdico e belo do mundo de qualquer criança em qualquer época.