Julgamento

O gelo presente na temperatura ambiente resvala no calor liberado pelas narinas quentes de um apenado. Vozes entoam, defesa e acusação, murmúrios expressam surpresa e horror. Pedidos de misericórdia, gritos de justiça!!

O réu recostado, ombros e cabeça reclinados, olhos ao chão. Caso sondássemos seu imaginário, poderíamos encontrar arrependimento ou satisfação, pena ou ódio...

Ouvindo os argumentos antagônicos, nos sentimos determinados a não cometer injustiças, indagamo-nos em que voz se encontra o melhor caminho a seguir...

Resta-nos a certeza de que a condenação é a forma que encontramos de dizer: Basta!!!

A vida do ser humano não lhe pertence, para que dela se desfaça como um sopro comum. Você precisa respeitar o outro, precisa resolver as diferenças sem armas em punho, sem sangue, sem ódio!

Por fim, fizemos a nossa parte, falta esperar que o poder público cumpra com a sua: devolver o condenado à sociedade, apto a ser, de fato, inserido em seu meio, pronto a desfrutar de uma nova vida, sem outros atos de barbárie.

Eis o veredicto!!!

Angela Leite
Enviado por Angela Leite em 25/04/2009
Código do texto: T1560021
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