Monólogo do Poeta

Obrigado meu Deus por ter me dado o dom de escrever! Não sou letrado! E estou cercado de todos os lados de analfabetos embora tenham chegado a concluir uma faculdade. Sou um Naamã da vida, tive que acreditar sete vezes! Procurei por meu amigo Denário, ele me botou no armário. Disse que não tinha tempo para mim! E para escapar das ciladas do dragão só a sagrada comunhão poderá livrar-me da sabatina.

Meus familiares se debandaram aos pares pois cada um recebeu o seu quinhão. Meu amigo Teobaldo com seu sorriso maroto vazou pelo esgoto, mesmo com os lábios fechados estava-nos dizendo: viemos do pó e ao pó retornaremos! Os pregadores são aplaudidos. Os evangelizadores serão seguidos. Então a minha frente passa Istelina com seu charme e sensualidade mesmo sem maldade usando seu perfume enigmático. Afugentando as cobras, devorando os lagartos sem explicação lógica. Mas foi para isto que Isterlina nasceu! Pois ela já sabe com sua experiência que felicidade em prato raso dura pouco tempo.

Toda produzida mas sabe que a pureza de sua vida, ela vendeu barato! Assim como as flores que contemplam a chegada dos novos amores, ou os amores que se foram. Poetas que não contemplam ou denunciam, terminam seus dias afogados numa piscina vazia.