No pigmento da pele...
 
Por Águida Hettwer
 
 
     Lutas e movimentos por igualdade social e racial, seguem no túnel do tempo, apesar de apresentarem significativas conquistas nesse campo, ainda esbarramos em evidências, números e estatísticas, apontando discriminação na área profissional e educacional entre negros e mulheres, principalmente de baixa renda.
 
    Reforçando um chamamento mundial em função da dignidade humana, independente de sexo, raça, credo ou opções e estilos de vida. Ainda há racismo declarado e camuflado nos dias de hoje. A falta de informação, e precária cultura de um povo, contribuem para preconceitos e discriminação.
 
 
    Infelizmente no rol da desigualdade, os cidadãos de raça negra são os mais prejudicados, diante de uma sociedade preconceituosa, foi associado erroneamente ao negro, incapacidade, desqualificação, restringindo-o ao mercado de trabalho, ou basicamente a trabalhos domésticos e construção civil.
 
   
   O racismo tem assumido formas diferentes ao longo da história, nos Estados Unidos da América até 1965, existiam leis que negavam toda série de direitos a cidadãos não-brancos. (eram chamadas de As leis de Jim Crow).
 
     Em inumeras e absurdas humilhações, os negros carregaram seu pesado fardo na história da humanidade, por um unico motivo,“o pigmento escuro da pele”. Eram julgados como uma raça desclassificada, e desprovida de inteligência. Em escolas, repartições e locais públicos, condução, ônibus, trem,bebedouros eram distintos para brancos e negros.
 
 
         No Brasil desde a escravidão, o negro tinha papel de figura passiva, mão de obra escrava, adaptado a trabalhos forçados, desenvolvendo no indivíduo, uma identidade de baixa estima à própria etnia.
 
 
       Esse perfil vem sendo alterado ao longo do tempo, mas não podemos simplesmente querer apagar a história, por que nos envergonhamos diante desses absurdos. A raça negra conquistou seus direitos, em estatutos, constituições, códigos penais que os protegem.
     
 
     Somos irmanados nessa luta, para mesclar cores, tingindo objetivos em comum de um mundo justo para todos. Homens e mulheres, brancos, negros ou pardos, promovemos fortalecimento de respeito e direitos para todo ser vivente.
 
 
 Somamos a raça negra no poder, vida pública, parlamento, editando e aprovando leis, nas artes, mestres, atletas e sacerdotes, figuras ilustres que se sentam em cadeiras confortavelmente estofadas, que outrora eram cedidas a peles brancas, que apontavam o dedo e decidiam sobre a vida alheia.
 
 
  O negro seja exaltado, pela inteligência, capacidade e legado de cultura que marcou a história da humanidade. Sobrevivente das atrocidades brancas, das chicotadas tatuadas nas costas, das lágrimas derramadas injustamente, das palavras incoerentes que tiveram que engolir a seco e sem direito de voz, defesa e resposta ao nível.
 
 
 A mesma sociedade que um dia julga, sentará no banco dos réus.
 
...Se lágrima tivesse cor, seria rubro carmim!
Do amor, da dor que dilacera.
 
    
 
03.05.2009