PERFIL DA SENHORA INVEJA

É noite!

As luzes se apagam e os pássaros se escondem por entre as arvores. Tudo se transforma e o encanto foge, dando lugar à escuridão, para que aquela senhora se faça presente. Senhora, que jamais pensa nas dores daqueles que por ele serão engolidos.

O sol como um ser amedrontado, se ausenta. Nuvens se formam para que aquela senhora, como uma escritora maquiavélica, escreva seu drama diário.

Ah! Senhora do castelo assombrado! O sol construiu solidamente uma filosofia de luz. Tu ainda tinhas a escolha de ser uma nova estrela, a iluminar em noites enluaradas. Mas, escolhestes a escuridão, pois que nada edificastes. Restou em tuas mãos essa mancha obscura, que conseguistes, como verdadeira bruxa, misturando uma porção de nada construir e uma porção de um líquido ainda maior chamado inveja.

A ti, Senhora do castelo assombrado, outros seres que nada tendo a construir, ou nada querendo construir, e que igualmente nada tendo a mostrar de concreto, e nenhum ideal a brilhar, se aliam numa tentativa de escurecer as almas e apagar a luzes que em outros se mostram a brilhar.

Amargamente serás aniquilada e engolida pelo liquido que deixas escorrer pelas mãos, sem ao menos ter a chance de gargalhar ante as lágrimas de suas vítimas.

Suas vítimas, num sorriso misturado em lágrimas, ainda a tremerem pela febre do susto, comentarão entre si, inocentemente: O que será que aquela senhora queria? Nem ao menos demos a oportunidade de pedir alguma coisa! Talvez estivesse precisando de algo! Quem sabe?

Ah! Maquiavélica Senhora estranha! Tu precisavas de algo e teus semelhantes também! Precisam de luz própria e de um ideal a construir. Precisavam, de forma urgente, cuidar de suas próprias vidas.

Mas, já é tarde! Tuas misturas endureceram-lhe os dedos das mãos e distorcem-lhes as veias do cérebro. Tuas porções dispersaram os glóbulos vermelhos e aniquilaram seus ossos.

Pobre Senhora inveja! Reduziu-se por inventos próprios a um pequeno verme e foste exterminada por tua própria porção... De nada construir!

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 09/05/2009
Reeditado em 09/05/2009
Código do texto: T1584324
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.