Trecho - No começo tudo era um grande nada.

"No começo tudo era um grande nada,

depois virou alguma coisa, que até hoje nínguem sabe o que é. Um dia arremessarão metafísica adentro e tentarão descobrir o que não sabem, talvez não conseguirão..." por que será?

Estou deitado sobre meus poemas, e não há nada de poesia nisto. Deito por que estou cansado, assim como "escrevo por que escrever é a minha vida" e meu dilema. Também não só escrevo, o que pode significar que tenho outras vidas consistentes nesta toda carga de informação que meu espírito e corpo compreendem.

Aí me perguntam, onde encontrar a metafísica? Sei lá!

A metafísica poderia estar no levantar-se de um bêbedo no meio de uma praça pública, ou na porta de tua casa, que é grená. A tua casa não é grená? Ah, desculpe-me, Não sou Deus, não tenho o dom da sabedoria divina, eu sempre a ouso, sempre brinquei de criar, ( assim como pode se brincar de bola e argila ) de ser Deus, ser este mesmo deus que deu-me a permissão para imitá-lo, e que ri de mim por isso.Imito a ele de uma forma medíocre, sim, por que a maioria destas idéias não passam de imaginações no papel, embora algumas delas podem ser a maior realidade plasmada objetivamente num outro plano. Pessoa falava de árvores e idéias, eu tenho as minhas sementes. Também tenho algumas árvores, algumas bem antigas, outras neste momento que estão para trocar todos os teus frutos apodrecidos e secos, dar-me-á também outras sementes para se germinar. Mas em qual terra, não se sabe, é mais uma outra boa pergunta. Maldito Pessoa, Maldita Clarice, Maldito Dostoievsky, maravilhosos aqueles que ainda não li, e que não passaram pelas ruas e avenidas por onde passam as temíveis prostitutas e os tenebrosos cães de chama ( ... )".

Parangolérico Kaloré Kerexu
Enviado por Parangolérico Kaloré Kerexu em 19/05/2006
Reeditado em 19/05/2006
Código do texto: T158857