Desligue seu piloto automático um pouco!
 
Você realmente presta atenção em tudo o que faz?
 
No último dia treze, meu marido completou mais um ano de vida.Depois de responder a alguns e-mails de felicitações, encontrou-se, por acaso, com dois colegas de empresa no corredor:
 
-Feliz Aniversário – disse o primeiro.

-Puxa, nem estava sabendo, parabéns! – desculpou-se o segundo.
 
Ele poderia não estar sabendo, mas a agenda eletrônica dele estava.Não fosse assim, ele não teria mandado uma mensagem ao aniversariante.Meu marido já tinha até agradecido a gentileza.
 
Talvez ele estivesse no piloto automático.Fazendo mil tarefas no dia e não focando muito nelas.Isso é ruim!
 
Quanto de nossas vidas está no piloto automático, enquanto importantes decisões são simplesmente ignoradas ou repassadas a terceiros?
 
A recantista Djanira Luz afirmou que desenha cubos enquanto fala ao telefone na crônica “Esta mania de desenhar cubos maquinalmente”.E você?
 
Tarefas simples como se levantar, tomar banho, comer, muitas vezes as fazemos automaticamente.Mas quanto dessas nossas atitudes tão mecanizadas podem ser prejudiciais ao outro, ao planeta a nós mesmos?
 
Será que há pessoas que elogiam mecanicamente o texto alheio? Tratar todo mundo por “amigo” pode ser considerado como uma ação maquinal? Apanhar a sacolas plásticas no comércio, quando a compra (por exemplo, um antigripal) cabe no bolso da calça jeans, seria deixar a ação no piloto automático? E escovar os dentes com a torneira aberta?

Estar no piloto automático é  fazer certas coisas, mas sem estar totalmente presentes nelas, sem se dar conta do que se está fazendo.
 
Outro dia, num mercadinho, comprei dois pacotes de bolacha.A moça do caixa colocou-as automaticamente em uma sacolinha:
 
-Não precisa – disse tirando-as – vou levá-las na bolsa mesmo.

-Eu só estou fazendo meu trabalho – recolocando-as.
 
A sacolinha que eu deixei lá não ficou com cara feia, já a operadora do caixa...
 
Quando saímos do automático, tornamo-nos mais conscientes de tudo o que realizamos.A comida passa a ter mais sabor, a leitura fica mais pertinente, o e-mail bem endereçado.
 
Sair do piloto automático permite-nos reavaliar alguns de nossos costumes que de tão banalizados, já nem damos o devido valor a eles.

Lembremos: o  comandante somos nós mesmos.Vamos deixar a responsabilidade para esse tal piloto? Cuidado: o combustível pode acabar sem nos darmos conta.E o que faremos diante disso?
 
Deixemos outras coisas no automático, como as contas no débito, para desfrutarmos das outras melhor.Ah, um carrinho com câmbio automático também não é nada mal também.
 

 
(Maria Fernandes Shu – 15 de maio de 2009)
 
 
Para ler a crônica “Esta mania de desenhar cubos maquinalmente”, de Djanira Luz, acesse o link abaixo:

 
Boa leitura!
 
Maria SHU
Enviado por Maria SHU em 15/05/2009
Reeditado em 02/06/2009
Código do texto: T1595915
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