Amores...

Raramente encontramos quem nunca na vida provou do gosto , dos amores, das paixões que passaram pela vida... Sonhos alados, imantados e eternos enquanto duram os momentos de contentamento um pelo outro.

Há amores que aparecem e ficam, há os que antes de cimentar um relacionamento,se vão...Também há os marcam nossas vidas como tatuagem, que mesmo ferindo o corpo, permanece na alma, na lembrança e porque não dizer no coração?!

No entanto, é preciso discernir realmente os sentimentos.
Nem sempre sabemos amar, haja vista que para amar é necessário amar como se deve, e não como se deseja, porque as vezes corremos o risco de limitar o amor a nós mesmos, as nossas ânsias...Afinal, o mundo não gira em torno do nosso próprio umbigo.

É própria do ser humano , a necessidade afetiva, o companheirismo, a vontade de amanhecer ao lado da pessoa que quer bem... Daí as afinidades descobertas; o outro em mim, o eu no outro, na presença ou na ausência de corpos, mas de almas unidas e cúmplices, onde não é preciso perdão, ciúme excessivo, medo de perder o que achamos que temos ou queremos pra sempre.

Só que as coisas mudam, as pessoas tem suas particularidades, seus interesses, a própria maneira de olhar o mundo, o jeito peculiar de ser, enfim, não podemos atribuir o amor a fragmentos, a fórmulas egoístas, egocêntricas. O amor transcende, é zeloso, dispensa justificativas, mágoas, poderio... É um sentimento puro,amigo, descente.Está acima do bem e do mal, não se perde em frangalhos, coisas pequenas, está nas mais simples maneiras alçado a gestos carinhosos, num doce e sublime desejo de ver alguém feliz, nas palavras de otimismo, na alegria do abraço, na saudade, na paisagem natural da alma, no fazer acontecer a paz, a bondade, os bons pensamentos.

O fato é que quando encontramos quem realmente nos atrai pra junto de si, mesmo que seja à distância, ou de outro modo qualquer, nos apegamos, cultivamos afeição, respeito e o desejo de ser feliz ao lado desta pessoa. O problema é que o curso em que se dão as circunstâncias, nem sempre se faz favorável e promissor pra uma relação duradoura, de fato.

É preciso ter discernimento pra conviver harmoniosamente, a aceitação, renúncia, equilíbrio de emoções... É bom saber dosar este equilíbrio, sentir os pés no chão e o coração em batimentos equivalentes.

Agora, quando um dos dois começa a demonstrar desinteresse, é preciso estar atento e não se deixar abater pela insegurança, a solidão ou qualquer sentimento que contribua pra romper com a auto-estima, a vontade de viver e a esperança de ser descoberta por alguém que lhe mereça e seja capaz de lhe fazer feliz, viver os sonhos, partilhar carinho sem medo de abraçar o belo; o amor.

Quando não há mais diálogo, e as poucas interações são sucintas, frias e sem alquimia, é porque talvez seja à hora de cada um, ficar com seu cada um, e sair de cena sem mágoa, rancores... Livres para compensarem o tempo perdido com outra pessoa.

Isso mesmo...É aquela história que as vezes é comum ouvir:
“Se tu não quer, tem quem quera”.Sem essa de ficar chorando, resmungando um amor que não deu certo.Isso, só piora o estágio emocional, levando a uma possível desordem interior, onde pode acabar em mazelas pro coração.


Ninguém pense que o mundo vai acabar por isso, que as outras pessoas vão se importar com lágrimas de insucesso amoroso... Cada um que busque seu bem estar e considere os bons momentos rendidos um ao outro como um motivo de ver o que passou como uma doce saudade apenas.
É para isso que servem os momentos ternos e alegres; para permanecerem na lembrança purificando os pensamentos, alimentando a alma quebrando as correntes que aprisionam , pois nem sempre a liberdade se dá apenas em nos considerarmos livres.
Somos livres quando estamos preparados para vivermos o nosso “Eu sou”, e só podemos atingir esta liberdade com a mente e a consciência em paz.Já significa um avanço para o crescimento, uma atitude inteligente e honesta consigo mesmo.

Particularmente, penso que tem sempre alguém que se identifica com outro, que tem sensibilidade, amadurecimento e amor no coração, embora que esteja adormecido e embalado pelos propósitos do tempo -que tudo acaba nos mostrando, tirando a venda dos olhos, porque o amor resiste até acabar a cegueira-Muitas vezes, cegos,amamos porque não vemos a verdadeira face, e uma vez desvelada a face há quem diga que o amor ficou solto ao vento porque foi dedicado a uma face que não existia.A alma desespera, entra em conflito, e causa a sensação de abandono, de dor que atravessa o peito e esfacela os pedaços do coração, mas passa...Nada que com o tempo, não se supere.

Entretanto, a vida segue, o mundo não pára, a noite não dorme e há sempre um novo alvorecer, na dinâmica onde vivemos pra aprendermos a amadurecer o espírito e nos tornar pessoas melhores através de cada experiência vivida e compartilhada.

Ora, não somos donos de ninguém... Com tanta coisa surgindo a cada dia, devemos buscar soluções e não alimentar os problemas, as intempéries, principalmente de ordem sentimental. Cada um é responsável pela história que constrói, e cada paixão e/ou amor vivido faz parte da vivência, da natureza humana de ser e estar em contato mais próximo (ou não) do outro. O importante é procurar fazer valer à pena existir, dar sentido a vida... Sempre.

Antonia Zilma
Enviado por Antonia Zilma em 16/05/2009
Reeditado em 15/01/2010
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