Numa banheira de espuma -
uma crônica de humor sobre motéis
 

Há muito tempo que a palavra americana motel (aglutinação de motorista + hotel) não é mais sinônimo de lugar para motorista cansado pernoitar. Pois é. Esse lugarzinho de encontros íntimos tem em seus bastidores histórias hilariantes, bizarras, que competem de igual para igual com as de amor.
 
Uma amiga que trabalhou de recepcionista durante alguns meses num motel aqui em Sampa, contou-me alguns casos surreais que observou no período em que esteve a frente desse ramo. Outras histórias aqui narradas são de gente comum: de outros amigos, de colegas de trabalho, de parentes.E por fim, uma que se passou comigo, que eu também não sou santa e nem pretendo ser.
 
Certa vez, um casal de amigos já na suíte do motel, ligou a banheira de hidromassagem e enquanto ela enchia, entregou-se ao amor carnal.Roupas no chão.Eles esqueceram-se da vida.E da banheira.Quando se deram conta, a água havia invadido o quarto, encharcado as roupas, calçados, tudo! Saíram ensopados do local!
 
Em outro caso, a água da banheira não transbordou, mas “cozinhou” os enamorados.Água muito quente + hidro térmica = queda de pressão arterial da moça.Game over pros pombinhos!
 
Casados não vão a motéis com seus cônjuges? Numa piada antiga, o marido é visto saindo do motel com uma mulher não identificada.As amigas da esposa contam-lhe sobre o adultério e ela vai tirar satisfação com ele:
 
-Tá louca? A mulher era você! 
 
-Sim, mas minhas amigas não sabem que eu vou a motéis.Prefiro perder o marido à reputação!
 
Nisso, o telefone toca.Era um amigo dizendo que havia visto a esposa dele saindo do motel.
 
-Vou ter que te dar umas porradas, meu bem, sinto muito! – diz ele, depois de desligar o telefone. – Defesa da honra! – completa.
 
-Mas eu não te traí! A mulher do carro era eu!
 
-Eu sei! Mas já pensou se algum amigo meu descobre que fui ao motel com a minha própria esposa?
 
Tem gente que consome quase todos os itens do frigobar e depois não tem como pagar a despesa. Cartões de banco, carteiras de identidade são retidas como garantia de retorno para pagamento.E numa opção mais radical, a mulher é que é a tal garantia.
 
-Era falsa! – comemora o patife na saída, ao falar da sua carteira de identidade deixada.
 
-Era falsa! - comemora o tratante na saída, ao falar que a mulher deixada não era mulher.
 
Tem local mais inapropriado para quebrar um carro?Motores enguiçam, chaves quebram na ignição, uma loucura. E acontece bem naquele momento em que o sujeito está em horário de almoço e tem de correr rapidinho de volta ao escritório com a amante-secretária!
 
Quer coisa mais triste que ir a motel a pé? De bicicleta? Que uma fila gigantesca para entrar no Dia dos Namorados? Ninguém merece!
 
E se você acha que é nessa data que o movimento é maior em motéis, está “cama-redondamente” enganado! O Dia da Secretária ganha, pode? É um entra-e-sai o dia todo.Ao entra-e-sai de carros que eu estava me referindo, viu?
 
Um amigo de longa data tinha mania de ir a motel sozinho para redigir sua tese de mestrado.Levava seu notebook e lá se obrigava a estudar durante todo o período de permanência.Numa dessas ocasiões, na saída, viu um sujeito que havia acabado de chegar correr atrás de uma galinha (a ave mesmo, não uma pessoa) que lhe havia, decerto, escapulido.Recuperou-a e voltou para sua garagem. A penosa devia ser a “acompanhante” dele!!!

Uma prima confundiu-se com as portas do motel ao procurar a do banheiro :equivocadamente, abriu a de acesso restrito a funcionários, apenas trajando uma calcinha pequenina.Azar dela, deleite dos marmanjos de plantão.A pobre nunca mais voltou, de tão envergonhada.
 
“Nem todas mulheres gostam de apanhar, só as normais”.A polêmica frase rodriguena aplica-se a uma mulher que pediu para o parceiro lhe dar uns tapinhas na hora “H”. Reclamou da delicadeza do primeiro tapa, pediu que o segundo fosse mais forte, até que no terceiro, desmaiou, após bater a cabeça na cama.
 
Eu já passei por uma situação embaraçosa: esqueci meu celular novinho num quarto tarifado.Andei a parte externa inteirinha do motel atrás da moça que diziam que estava com ele.Pior que esquecer meu aparelho, foi ter de agüentar um monte de cantada barata de pedreiro! Como assim? O estabelecimento estava em reforma, baby!

Faça amor, não faça guerra.Mas sem gafe é ainda melhor.
 
 
 
(Maria Fernandes Shu – 31 de maio de 2009)
Maria SHU
Enviado por Maria SHU em 31/05/2009
Reeditado em 01/06/2009
Código do texto: T1624292
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