Ocorrência de colégio

O caso se passa com um aluno do Segundo ano, do ensino médio. Após um inspetor do colégio exaltar-se e gritar com ele, na frente de grande parte do colégio, sai sozinho acompanhado apenas de sua impulsividade e raiva, vai falar com o inspetor em frente ao colégio: "Se você gritar mais uma vez comigo, na frente de todos, tu vais tomar um tapa!". O inspetor encaminhou o aluno para a coordenação, que também exaltaram-se com o mesmo e não o deixaram ao menos expressar-se. Resultou em uma defesa escrita, com algumas ironias e metáforas, como segue abaixo:

"Antes de tudo, o assunto dessa reunião sou eu, ou a ocorrência? Cri que a resposta fosse eu, portanto:

esperava silencio e atenção para que vocês não interrompessem minha linha de raciocínio, afinal o que vocês querem saber é justamente como é minha linha de raciocínio, como eu penso e ajo, não obtive o silêncio, mas só gritos e interrupções por isso decidi escrever.

1ª linha de raciocínio:

O que mais me irrita e estressa é uma pessoa mandar na outra, querer impor um livre arbítrio, não se impõe um livre arbítrio se conquista através de argumentos ou, podemos até utilizar, que é assim que se impõe uma ordem.

2ª linha: Quando recebemos um não ele é justificado e incontestável, mas a justificativa para esse “não” poderá ser contestada e deverá então ser explicada, esclarecida se possível. Agora, quando não existe justificativa ou não fora possível explicá-la, a ponto de que conquistar o livre arbítrio do “réu” e/ou de quem julga seus atos, não se pode impor essa ordem a tal livre arbítrio (pessoa).

O problema de minhas atitudes é que eu me irrito e estresso com essa infração de convivência, não consigo ser oprimido injusta ou injustificavelmente. Que ironia o radical das palavras justiça e justificar serem tão parecidos, não?

Não é só uma coincidência morfológica, pois as duas devem estar intimamente ligadas, para se fazer justiça é preciso justificar a sentença ou ordem.

3ª linha: o propósito de uma escola ou família é orientar para a vida adulta; A vida, digamos, “importante” e que ajuda e contribui para o nosso belo quadro social. O problema é que na vida adulta tudo tem um propósito justificado e incontestável, só assim para que não haja desvios de conduta e vivamos civilizadamente.

Vou dar alguns exemplos para que me entendam:

A regra até então justificada e incontestável seria: “Bateu o primeiro sinal, ir para a sala!”. Essa é a regra, ou ordem como preferir chamar, “Por quê?” (justificativa): “Porque se os alunos chegassem depois do professor, perderíamos tempo de estudo” certo, mas “e se o sinal bater e os alunos chegarem antes do professor:” Temos um contestamento para a justificativa, é possível explicar? Sim, pois se generalizar, as pessoas se aproveitam e chegam depois do professor, tumultuando a aula, então: “Bateu o sinal e estar fora da sala não pode, bateu tem de estar dentro da sala mesmo ainda sem o professor; Ficar lá fora não pode, ficar dentro não só pode como é imposto” Sim e não, NÃO e sim, temos uma antítese ou melhor um paradoxo com idéias extremas e radicais, não podemos ter um meio termo?

Não conseguiram me explicar isso e eis o embate: “por que não ter uma leve exceção e tolerância de tempo para quem NÃO descumpre o propósito da regra ou ordem, para quem não descumpre a essência da regra, ou lei, ou sentença, ou ordem?” Algum dia descumpri o propósito, a essência da regra? Cheguei depois do professor? Para que me oprimir, me constrangir e me perseguir? A lei deverá perseguir quem infraciona sua essência (se eu pensar em matar e não matar, eu não sou preso).

Conclusão:

Tudo tem lógica, meus pensamentos, o sistema sociológico, os únicos que não têm lógica são vocês.

A “ameaça” foi meu modo um tanto quanto IRRITADO e ESTRESSADO de chamar a atenção para eu poder ter um julgamento justo, justificado.

PS: Para toda tese há uma antítese que se vencido e quebrado seu antagonismo tornará uma síntese"

(Matheus Santos Melo)

PS: Fato verídico!